Tó Ferreira é o único dos 18 campeões do Mundo de sub-20 de 1991 que ainda jogou na última época, defendendo a baliza do Boavista, no Nacional de futebol da II Divisão, e só quer abandonar aos 40 anos.

«Eu gostava de continuar e acho que tenho condições. Mas, não é o rendimento que funciona em Portugal, é o Bilhete de identidade. Eu sinto-me bem e, mesmo sem jogar, acho que acabei muito bem a época», explicou o “resistente” guarda-redes, de 39 anos, em declarações à Agência Lusa.

Sem grandes segredos para a longevidade, a não ser a ausência de lesões e «trabalhar sempre no máximo», Tó Ferreira admite que «gostava de terminar aos 40».

«Para já não tenho nada em carteira», lamentou o guarda-redes, que recordou na quarta-feira, no jogo entre os campeões do Mundo de sub-20 de 1989 e 1991, «memórias como se tivesse sido ontem».

No Boavista, Tó Ferreira jogou «com miúdos que nem eram nascidos» em 1991 e que «só viram estas imagens na Internet».

O guarda-redes classifica a conquista de Lisboa como «um momento inesquecível» na sua carreira, que conta passagens por Pedrouços, Famalicão, Amora, Beira-mar, Desportivo das Aves, Penafiel, Salgueiros, Naval 1.º de Maio, Desportivo de Chaves, Sporting de Espinho, Dragões Sandinenses e Oliveirense.

«Se calhar, não fui mais longe por iniciativa própria. Tive várias hipóteses para ir para a I Divisão, mas queria sempre jogar e acabei por fazer a carreira quase toda na Liga de Honra. Cada um teve a sua sorte...e, quem sabe, o meu patamar era este», frisou.

Ao guarda-redes resta o «orgulho» de ter «partilhado uma experiência fantástica com jogadores de tanta qualidade», mas «sem inveja de ninguém».

«Alguns vejo quase todos os dias, enquanto outros não via há 15 anos. É bom recordar momentos que deixaram tantas saudades», concluiu.