O Benfica soma mais 23 triunfos do que o Sporting no ‘dérbi dos dérbis’ do futebol português, com o duelo número 307 a agendado para domingo, com a Supertaça Cândido de Oliveira, no Estádio Algarve.

Quatro meses depois, os dois emblemas históricos de Lisboa voltam a encontrar-se, desta vez em solo ‘neutro’, com os ‘leões’ a terem boas recordações do último confronto, no qual garantiram o apuramento para a final da Taça de Portugal, que viriam a conquistar, e colocaram fim a um ‘jejum’ de quatro anos sem bater o maior rival.

Em 03 de abril, no Estádio José Alvalade, nas meias-finais da Taça, o Sporting bateu os ‘encarnados’ por 1-0, com um grande golo de Bruno Fernandes, um resultado que foi suficiente para anular a vantagem que o Benfica tinha alcançado na primeira mão (2-1).

Dois meses antes, na Luz, golos de Gabriel e Tiago Ilori, na própria baliza, pareciam colocar o Benfica com caminho aberto para a final do Jamor, mas Bruno Fernandes reduziu perto do fim, num lance que acabou por ser decisivo na eliminatória.

As meias-finais da Taça de Portugal serviram sobretudo para o Sporting recuperar alguma confiança, já que, dias antes desse duelo da Luz, em jogo a contar para o campeonato, sofreu uma pesada derrota por 4-2, num encontro em que o Benfica podia ter alcançado um resultado histórico em Alvalade.

Os ‘encarnados’ foram totalmente dominadores nessa partida e podiam ter construído um resultado ainda bem mais pesado, frente a um Sporting que se mostrou demasiado frágil.

Seferovic, João Félix, Rúben Dias e Pizzi fizeram os golos do Benfica, que viria a conquistar o campeonato no final da época, enquanto Bruno Fernandes e Bas Dost acabaram por reduzir os danos para o lado do Sporting.

A história do dérbi começou em 01 de dezembro de 1907, com o Sporting a vencer por 2-1, face ao Sport Lisboa, no Campo da Quinta Nova, em Carcavelos, onde, segundo as crónicas da altura, os seus jogadores fugiram da chuva e só voltaram obrigados pelo árbitro.

Apesar desse desaire, os ‘encarnados’ ganharam (4-2) o conjunto dos poucos jogos (seis) realizados na primeira década do século XX, assumindo uma superioridade ainda maior na segunda, com 13 triunfos, contra apenas cinco dos ‘leões’.

As ‘águias’ chegaram a ter mais 10 vitórias, só que o Sporting respondeu: foi melhor nas quatro décadas seguintes e no final da temporada 1949/50 já tinha dado a volta ao histórico (56 triunfos, contra 54 do Benfica).

O melhor período do Sporting foi a década de 40, com mais de 50% de vitórias (21, em 40) e 101 golos - recorde em qualquer década -, em pleno reinado dos ‘cinco violinos’ (Peyroteo, Vasques, Albano, Travassos e Jesus Correia).

Depois, o clube da Luz passou a dominar por completo e reinou nas quatro décadas seguintes, sobretudo na de 70, ainda como o ‘Pantera negra’ Eusébio da Silva Ferreira a ditar leis: 15 triunfos em 27 jogos (55,6 por cento).

O Sporting equilibrou na primeira década do século XXI (oito triunfos para cada lado e outros tantos empates), mas, na segunda, a liderança do Benfica é, para já, clara, com 12-5 em vitórias e 34-23 em golos.

No global, o conjunto da Luz também comanda nos golos, com 514, liderado pelos 27 do ‘rei’ Eusébio, enquanto os ‘leões’ somam 469, quase meia centena, mais precisamente 48, da autoria de Fernando Peyroteo, o melhor marcador do dérbi.

Em relação à Supertaça, é o Sporting que ‘manda’, já que soma três triunfos, contra apenas um do Benfica, sendo que os ‘leões’ lideram ainda na Taça de Portugal (19-16), no Campeonato de Portugal (3-2) e no Regional de Lisboa (37-33).

Por seu lado, os ‘encarnados’ apresentam uma vantagem muito expressiva no campeonato, com 78 vitórias contra 47, graças ao equilíbrio nos jogos realizados no recinto dos ‘leões’, onde as duas equipas somam 32 triunfos. O Benfica ainda está por cima na Taça da Liga (duas vitórias contra nenhuma).