A irregularidade demonstrada por Benfica e FC Porto nos seus últimos encontros de pré-temporada vai ter repercussões diminutas na Supertaça Cândido de Oliveira, na quarta-feira, em Aveiro, frisa o ex-futebolista brasileiro Edmílson.

“Não é correto [tirar ilações do defeso]. Os jogos passados não dão pontos, mas servem para moldar as equipas. Na verdade, dia 09 [de agosto] é que começa a contar e vamos ver aí quem é que trabalhou melhor nesta pré-época. Espero que seja um grande jogo e que ganhe o melhor. Como é lógico, vou estar a torcer no Brasil pelo FC Porto”, referiu à agência Lusa o ex-avançado dos ‘dragões’ (1995 a 1997), que venceu pela primeira vez a prova em 1996, ao atuar na dupla vitória sobre as ‘águias’ (1-0 nas Antas e 5-0 na Luz).

O campeão nacional Benfica e o FC Porto, vencedor da Taça de Portugal, vão disputar a 45.ª edição da Supertaça na quarta-feira, às 20:45, no Estádio Municipal de Aveiro, que receberá pela 13.ª ocasião, e quarta seguida, a decisão do primeiro troféu da temporada.

“Ganhar dará um peso anímico e uma força a mais. Acho que todos sabem que esta Supertaça é importante, mesmo sendo no arranque da temporada. Eu sei como é, tanto que já a disputei três vezes, ganhei e perdi. É um clássico. Os pormenores é que contam e o início do jogo é muito importante”, observou, recordando a derrota sofrida em 1995 face ao Sporting, clube ao serviço do qual derrotaria os ‘azuis e brancos’ em 2000.

Considerando ser “ainda muito cedo para dizer” qual dos rivais está mais forte, Edmílson confia que o FC Porto vai reforçar o recorde de conquistas na Supertaça, com 23, contra apenas oito do Benfica, que perdeu 11 das 12 decisões disputadas frente aos ‘dragões’.

“É aquela velha mística do FC Porto. Só quem lá está é que sabe. Quando alguém chega ao clube, há um carinho muito grande de todos. É complicado explicar por palavras, mas existe uma mística e sabíamos o que significava jogar contra os rivais. Mais tarde, atuei e até fui campeão nacional pelo Sporting [em 1999/00], mas FC Porto é FC Porto”, traçou.

O antigo avançado, de 51 anos, enaltece a “qualidade da prospeção” dos vice-campeões nacionais para aplaudir as adições de Fran Navarro (ex-Gil Vicente) ao ataque e de Nico González (ex-FC Barcelona) ao meio-campo, setor que viu Matheus Uribe (Al-Sadd) sair em fim de contrato e já aguarda pela iminente chegada de Alan Varela, do Boca Juniors.

“O Uribe é um grande atleta, que, obviamente, faz falta ao FC Porto. Agora, acho que as pessoas do clube são inteligentes e vão querer ver essa posição resolvida. É muito difícil. O FC Porto é uma equipa fantástica. Os jogadores vão e vêm, mas têm de estar sempre em alto nível. Pelo menos, o Otávio ter ficado foi uma mais-valia. É um jogador que todos querem e, na verdade, não sei como é que o clube ainda o conseguiu manter”, assumiu.

Os ‘dragões’ preparam-se para iniciar oficialmente a sétima temporada sob orientação de Sérgio Conceição, que tinha sido colega de equipa de Edmílson em 1996/97 e tornou-se durante 2022/23 o treinador com mais jogos, vitórias e títulos à frente do clube, passando a somar três campeonatos, três taças de Portugal, três supertaças e uma Taça da Liga.

“É um técnico de quem já falo há tanto tempo. Joguei com ele, vejo aquilo que pode fazer e sei como era enquanto atleta e agora como treinador. Hoje, fala-se de muita gente para [orientar] a seleção brasileira. Fala-se do [Carlo] Ancelotti [treinador do Real Madrid], mas eu queria ver o Sérgio Conceição na seleção, sinceramente”, direcionou, numa altura em que o antigo extremo internacional português está vinculado ao FC Porto até junho de 2024.