Uma vitória feita de perseverança e ambição levou esta noite o Benfica para a final da Taça de Portugal, com o triunfo por 3-1 a anular a vantagem portista de 0-1 da primeira mão.
O Benfica entrou melhor na partida: mais pressionante, mais aguerrido e mais determinado, muito por culpa da necessidade de anular o 0-1 sofrido na primeira mão no Dragão.

Embora o Estádio da Luz não estivesse cheio, o público encarnado empurrou a equipa para a frente e o golo esteve perto de surgir logo aos quatro minutos, mas o desvio de Salvio ao cruzamento de Gaitán saiu ao lado da baliza de Fabiano.
Seguiu-se uma sucessão de cantos encarnados e uma proximidade constante ao último reduto portista, que apostava na contenção e em baixar o ritmo de jogo.

A abordagem da equipa de Luís Castro sofreu a contrariedade que procurava evitar aos 17 minutos, com o golo de Salvio. O extremo argentino subiu mais alto do que Alex Sandro e cabeceou para a baliza azul e branca, depois de um excelente cruzamento de Gaitán. Era o corolário da superioridade do Benfica.
A meia-final estava agora “empatada” com o 1-0 do Benfica, que controlava o jogo perante alguma lentidão de processos nos dragões, que tardavam em ligar o meio-campo e o ataque.

Tudo isso mudou no espaço de três minutos, com a expulsão de Siqueira. O lateral do Benfica viu o cartão amarelo aos 24’ e aos 27’ e deixou o Benfica reduzido a 10, numa decisão de Pedro Proença muito contestada pelos encarnados.
Os dragões aproveitaram a superioridade numérica para conquistar a hegemonia na partida. Se até então era o Benfica quem dominava, a partir do minuto 29 o FC Porto instalou-se no meio-campo encarnado, que revelava agora mais dificuldades em sair para o ataque.

Porém, ao domínio portista faltou neste período a argúcia para abrir espaços na defesa dos anfitriões e a contundência na hora de rematar à baliza.
No segundo tempo, o FC Porto reagiu e reforçou o seu domínio com o golo do empate. Uma excelente jogada de Silvestre Varela, aos 52 minutos, onde se livrou de André Almeida, valeu a igualdade aos dragões.

Com a superioridade numérica e a igualdade no marcador, esperava-se um FC Porto a gerir a sua passagem para o Jamor.
No entanto, a equipa de Jorge Jesus não se deixou abater e tentou disfarçar a inferioridade numérica com uma organização sólida e algum atrevimento. A estratégia surtiu efeito aos 59, quando Enzo Perez converteu com sucesso uma grande penalidade a punir falta sobre Salvio.

O 2-1 relançava o jogo e Luís Castro mexeu na sua equipa, lançando Josué e Ghilas.
Foi já também com Lima em campo, por troca com Rodrigo, que os encarnados conseguiram chegar ao 3-1 final, numa grande jogada de André Gomes, aos 80, colocando um ponto final no marcador.

Já nos instantes finais, Pedro Proença expulsou também o treinador portista Luís Castro, o técnico encarnado Jorge Jesus e o extremo Ricardo Quaresma, todos em momentos diferentes nos últimos 10 minutos.

Com este resultado, o Benfica segue para o Jamor e mantém assim vivo o sonho da ‘dobradinha’, enquanto o FC Porto tem agora a Taça da Liga como derradeiro objetivo.