A Supertaça dava azo a um alegado favoritismo do Benfica, face à boa pré-temporada efectuada e pelas maiores rotinas do campeão nacional em relação a um FC Porto em transformação. No entanto, o FC Porto refutou completamente essa ideia com uma entrada muito forte na partida e que não deixou o Benfica respirar nos primeiros minutos.

Aos 2’, Varela desperdiçou a primeira oportunidade de golo, ao rematar isolado na área com a bola a ser desviada por Ruben Amorim para canto. E foi na sequência desse canto que Rolando inaugurou o marcador, com um cabeceamento na pequena área (3), onde os centrais e o guardião Roberto deixaram o defesa portista à vontade para marcar.

Melhor início era impossível para a equipa de André Villas Boas, que assim ‘roubou’ ao Benfica a confiança que os encarnados tinham para esta partida. O golo sofrido foi sentido pela formação de Jorge Jesus, que cometeu então sucessivos erros defensivos, muito por culpa da excelente actuação do meio-campo azul e branco, com Belluschi, João Moutinho e Fernando a exercerem grande pressão sobre os jogadores do Benfica.

O clube da Luz só começou a despertar da letargia inicial aos 20’, com o seu primeiro remate, através de um livre rasteiro de Carlos Martins para boa defesa de Helton.

Fábio Coentrão protagonizou então o segundo caso do jogo, ao sofrer um toque de Sapunaru na área do FC Porto, reclamando penálti, mas com João Ferreira a considerar simulação.

O FC Porto vencia ao intervalo e dominava com inteira justiça o jogo. E se era esperada uma reacção do Benfica no segundo tempo, os dragões encarregaram-se de a anular com maior ou menor dificuldade.

Aliás, o nervosismo encarnado foi a imagem mais visível dos campeões nacionais no recomeço da partida, acumulando faltas e cartões amarelos, sem criar ocasiões de golo.

O FC Porto controlava a partida e não foi surpresa o segundo portista. Um notável trabalho de Varela a ultrapassar Luisão no flanco esquerdo resultou numa assistência mortífera para Falcao entrar de rompante e fazer o 2-0. Mais um lance onde a defesa encarnada abriu espaços pouco habituais na época passada.

O segundo golo sentenciou o jogo e a oportunidade desperdiçada por Saviola (84) foi o mero canto do cisne para o Benfica, numa noite em que o FC Porto foi melhor e soma mais uma Supertaça para o seu palmarés.

O jogo assinala ainda o primeiro título da carreira de André Villas Boas, que hoje viu a sua equipa dar uma lição ao campeão Jorge Jesus.