"O realizador que pegasse na história do Sporting, lembrando como estava o clube há um ano, conseguia fazer um filme muito lindo". As palavras de Frederico Varandas, presidente do Sporting, explicam muito bem a época da equipa principal de futebol dos 'leões'. Um grupo que estava destroçada no início da época, que teve uma preparação atribulada, sem saber com que jogadores contar.

Depois de um presidente destituído pelos sócios, de uma Comissão de Gestão a gerir o clube durante a preparação e arranque da época, de duas mudanças de treinador e de um presidente que assumiu o clube depois do fecho do mercado, os 'leões' podem dar-se por muito satisfeitos, ao terminarem a época 201872019 com dois troféus.

Após a dramática conquista da Taça da Liga frente aos 'dragões', o Leão voltou a 'ganhar vida', agora na Taça de Portugal, ultrapassando novamente o FC Porto para conquistar a sua 17.ª Taça de Portugal, conseguindo também um feito que não se via há 17 anos em Alvalade: terminar a época com dois títulos.

A equipa de Conceição termina como vice de tudo: vi-campeão da I Liga, da Taça da Liga e da Taça de Portugal. No Jamor, a festa foi verde-e-branca.

Corrida ao lugar no Jamor e o mito da compra de bilhetes online

Esta final da Taça começou a desenhar-se no 'pontapé-canhão' de Bruno Fernandes a 3 de abril em Alvalade frente ao Benfica e no sofrido empate do FC Porto na Pedreira com o SC Braga. O 'canhão da Maia', principal responsável pelo apuramento do Sporting, já tinha dado esperanças aos 'leões' na derrota por 2-1 com o Benfica na Luz na primeira-mão da prova, enquanto que no Dragão as 'poupanças' de Sérgio Conceição rendiam e muito, com uma vitória por 3-0 frente aos minhotos no Dragão, num jogo onde o técnico azul-e-branco fez descansar alguns titulares.

Aqui é a festa dos adeptos. No final, o resultado nem é o que mais interessa

Escolhido os 'gladiadores', era hora de encontrar um 'cantinho' na Arena do Jamor para ver de perto o último jogo da época. E, nessa procura, poucos foram os afortunados com o tão sonhado ingresso. Houve quem, no dia 7 de maio, tenha madrugado nas bilheteiras de Alvalade e do Dragão para tentar a tão desejada entrada, que custavam 20, 30 e 40 euros. Outros ligaram computadores, telemóveis e tablets, tudo ao mesmo tempo, para tentar desmistificar a ideia da compra de bilhetes online: não, não é um mito e é possível comprar bilhetes para a final da Taça de Portugal no site da FPF, depois de horas de espera.

Quem não conseguiu pelos meios legais, tento no mercado negro, onde os bilhetes eram revendidos, de forma ilegal, com "valores de lucro de 900 por cento" sobre o valor oficial, de acordo com a ASAE.  Resultado: dez pessoas identificadas e constituídas arguidos, com termo de identidade e residência, pelos crimes de especulação na forma tentada e venda irregular de bilhetes, pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Bifanas, minis, tremoços, cânticos e… banhos de sol. Porque não há festa como esta

Garantido o tão sonhado bilhete, os adeptos começaram a combinar o que fazer no dia 25 de maio. Era preciso chegar cedo ao Jamor, instalar-se nos melhores locais, conviver, sonhar, passar a época em revista até a hora do jogo. Por volta das 09h00 da manhã já se vivia o frenesim habitual nas matas do Jamor, decorada neste dia com tendas, mantas no chão, carrinhas com a mala aberta.

Adeptos do Sporting no Jamor
Adeptos do Sporting no Jamor créditos: @JoseLorvao/Sporting

Pintado de azul, verde e branco, o Jamor transformou-se num parque de diversões. Os do Sporting, concentrados perto da entrada da maratona, os do FC Porto, na entrada sul. E para se sentir o pulsar do Jamor, nada melhor que uma caminhada, de uma ponta a outra, para sentir os cheiros, os sabores, ouvir gargalhadas, música popular e não só, os vários cânticos dos adeptos, os sorrisos, velhos e novos, miúdos e graúdos, todos juntos numa festa única. Porque a Taça de Portugal não é só um jogo. É a festa do futebol português no seu máximo. É o futebol das famílias, dos amigos. É um dia diferente para se viver o futebol.

Já estive em muitas finais do Jamor, não só do Sporting, por esta atmosfera. É um dia único no país e no futebol português. É a festa, o Sporting vem por acréscimo

Esta foi também uma festa de muito fair-play. Não houve registo de confrontos entre os adeptos e, apesar de estarem concentrados em pontos opostos do estádio, em todos os lados encontravam-se apoiantes dos dois clubes, de cachecol, camisola e adereços alusivos aos dois emblemas. Os 'infiltrados' estavam por toda a parte e, nos arredores do Jamor, era possível encontrar famílias com adeptos de ambos os clubes, ou grupo de amigos, entre o verde, o azul e o branco.

Depois de instalados, era hora de tratar do repasto. Carvão nos grelhadores sem fim espalhados pelo terreno, carne a marinar, cerveja, água e vinhos, a ganhar frescura nas geladeiras, algumas improvisadas. Fruta, bolos, pão, cheiros e sabores diversos por toda a parte. Com cerveja numa mão, bifana na outra, o tempo ia sendo passado a comer e a beber, enquanto se afinava as gargantas para mais tarde, com os já conhecidos cânticos das duas equipas. Quem teve pouco tempo para dormir na noite anterior, aproveitou a sombra na mata do Jamor para descansar e ganhar energias para o jogo. Os quase 30 graus que se fazia convidava também a banhos de sol.

Adeptos do Sporting no Jamor
Adeptos do Sporting no Jamor créditos: DR

A maior parte dos apoiantes do Sporting eram de Lisboa. Do Norte chegaram grande parte dos adeptos do FC Porto, em caravanas, autocarros, outros em viaturas próprias. Mas havia quem viesse da Suíça, Luxemburgo, França, Holanda, mas também das ilhas, dos Açores e Madeira.

"Pertenço a uma aldeia chamada Amarelo, no concelho de Vila Velha de Ródão. Como adepto do FC Porto, sempre que há esta final tento vir vê-la. Venho pela festa da Taça. Há 16 vitórias para cada lado, hoje pode ficar 16,5 para cada. Aqui é a festa dos adeptos. No final, o resultado nem é o que mais interessa", afirmou à Lusa, o bem-disposto Virgílio Martins, com a camisola azul e branca ao peito e uma peruca azul a complementar os cabelos brancos.

Do Vale da Amoreira, no Barreiro, veio Vítor Faria, adepto leonino, para viver novamente a atmosfera única da Taça de Portugal.

"Já estive em muitas finais do Jamor, não só do Sporting, por esta atmosfera. É um dia único no país e no futebol português. É a festa, o Sporting vem por acréscimo. No último ano e meio, esta é a quarta final que o Sporting vai jogar. Ganhámos duas, perdemos em circunstâncias anormais a da época passada aqui, agora é para ganhar, temos equipa para ganhar ao FC Porto", disse à Lusa, enquanto repousa o copo de cerveja na mão.

O exemplo perfeito do fair-play que reinava nas matas do Jamor era visto nos casais que, neste jogo, dividiram o amor da vida. Ana Gonçalves, a sofrer pelo Sporting e Carlos Soares, adepto do FC Porto, um dos muitos duos com dois amores, falaram à Lusa sobre o jogo.

Adeptos do FC Porto no Jamor
Adeptos do FC Porto no Jamor créditos: FC Porto

Carlos Soares garante que "não há chatices" em casa, mas a companheira avisa que isso "depende de quem ganhar". Por entre os sorrisos de otimismo para a final, a adepta do Sporting vinca que a equipa "vai ganhar", já o torcedor do FC Porto espera "uma vingançazinha" da derrota desta época na final da Taça da Liga. De acordo, só mesmo no prognóstico final: 2-1... para o respetivo clube do coração.

Os senhores jornalistas aceitam um mini para se refrescarem?

Entre os adeptos do FC Porto na entrada sul, alguma curiosidade para com a equipa de reportagem do SAPO Desporto. Muitos queriam ser fotografados ou filmados, alguns aproveitavam para se meter connosco: "É de que órgão? SAPO Desporto? Mas isso é verde!". Pois, o nosso SAPO é verde. "E os senhores jornalistas aceitam um mini para refrescar?" Como dizer não a um convite desses? O calor das 13h00 pedia algo fresco para quem tinha de subir e descer colinas, andar de um lado para o outro em reportagem. "E uma bifana?" ‘Muito obrigado pelo convite, a bifana parece deliciosa, mas temos muito trabalho e não dá para parar agora para comer’. A nega não agradou ao amigo que estava no grelhador, atarefado em virar bifanas, entremeadas, e coxas de frango. "Mas estão com vergonha de comer?". ‘Não, amigo, vergonha de comer, nunca.. Não temos assim tanta fome e há muito para fazer. Muito obrigado pelo convite e ... bom jogo’.

Por esta altura já poucos disfarçavam a ansiedade. Entre os apoiantes portistas, todos acreditavam na vitória. Mas na cabeça dos adeptos azuis-e-brancos havia uma palavra que ecoava de quando em vez e que neste momento soa quase que a fatalidade: penálti. E era essa a fase que quase todos temiam, já que o FC Porto perdera as anteriores seis decisões a partir da marca dos onze metros.

Sentimento contrário do lado do Sporting. É certo que alguns dos adeptos interpelados pelo SAPO Desporto estavam convictos que o Sporting poderia resolver a contenta nos 90 minutos, mas outros já estavam certos de uma coisa: se fosse a penáltis, o Sporting ganharia.

Vamos lá jogar que a noite promete ser longa

Estádio cheio, no seu 75.º aniversário, muita animação, numa final de Taça entre 'grandes' que o Jamor não via há dez anos, desde esse Sporting 2-0 FC Porto de 2007/2008, resolvido com um bis do brasileiro Rodrigo Tiuí no prolongamento. A última vez que o FC Porto esteve na final, perdeu com o SC Braga, nas grandes penalidades, na época 2015/2016, sendo que a última vitória (com André Villas-Boas) remonta a 2010/2011, num 6-2 ao Vitória de Guimarães. Já o Sporting, que perdera na época passada por 2-1 com o Desportivo das Aves, tinha vencido a última Taça em 2014/2015, quando bateu o SC Braga de... Sérgio Conceição, nas grandes penalidades por 3-1, depois de 2-2 nos 120 minutos (e de ter jogado com menos um desde os 14 minutos).

Quando soou ‘A Portuguesa’ nos altifalantes do Jamor, todos levantaram do seu lugar para cantar o Hino de Portugal, já após a entrada das equipas e já depois de muitas acrobacias (a bola de jogo chegou de mota e de forma acrobática). O apito inicial do árbitro Jorge Sousa deu início a luta pelo desempate. As duas equipas entraram em campo com 16 Taças de Portugal cada, pelo que o vencedor ia ultrapassar o rival na conta. Quem vencesse também desempataria em duelos nas finais da Taça, já que ambas tinham disputado o jogo decisivo em quatro ocasiões, com duas vitórias para cada lado.

Os dois treinadores não surpreenderam nas equipas apresentadas. Conceição no seu 4-4-2, com Brahimi a ocupar o lugar do castigado Corona (o mexicano foi expulso nos momentos finais do clássico com o Sporting, o argelino estava no banco nesse encontro). Do lado do Sporting, entraram Coates, que cumpriu castigo no Dragão, voltou ao onze e relegou André Pinto para o banco. Borja, também castigado (viu vermelho no Dragão) deu o lugar Acuña que recuou no terreno, sendo o seu lugar ocupado por Raphinha. Wendel ocupou o lugar de Petrovic, titular no clássico.

Final da Taça de Portugal: Soares, do FC Porto, cai na área do Sporting e fica a pedir falta
Final da Taça de Portugal: Soares, do FC Porto, cai na área do Sporting e fica a pedir falta créditos: Lusa

No jogo jogado, nada de surpreendente: o Sporting a tentar jogar no erro do FC Porto, os 'leões' mais expectantes, à espera do momento certo para sair. Nos três encontros anteriores esta época (0-0 2-1 para o FC Porto no campeonato, 1-1 na final da Taça da Liga), os 'dragões' tinham sido superiores, mas pouco eficazes. Já os 'leões' aproveitaram bem os erros individuais da equipa adversária para marcar.

Do topo sul chegou o primeiro ‘bruaá’, quando Renan travou o remate de Otávio que levava selo de golo. Adeptos do Sporting, mesmo por detrás da baliza do guarda-redes leonino, levaram as mãos à cabeça. Bruno Fernandes 'aqueceu' as mãos de Vaná num tiro de longe. Os primeiros 15 minutos prometiam um jogo dividido, até com um certo ascendente do Sporting, pelo menos até aos 20 minutos, depois de Raphinha e Luiz Phellype terem ficado muito perto do golo. As duas equipas pareciam ter escolhido o mesmo lado para atacar: o Sporting na sua esquerda, com Acuña, Diaby e Wendel, o FC Porto com Otávio, Militão e Herrera, além de Marega que descaia nesse corredor.

O Dragão cresceu, foi para cima, com Marega numa luta de titãs com Mathieu, num duelo ganho claramente pelo francês, o melhor em campo. Em ataque posicional, Brahimi e Otávio ocupavam a zona central, Danilo baixava para perto dos centrais para ajudar também na construção, Alex Telles e Éder Militão davam largura pelos corredores. O Sporting tentava sair quase sempre em contragolpes, explorando a velocidade de Diaby na esquerda, Raphinha na direita e Luiz Phellype no meio, com Bruno Fernandes e Wendel a ajudar. O primeiro grito de golo chegou dos adeptos do FC Porto, travado momentos depois pelo Rui Costa, o vídeo-árbitro do jogo. Soares serviu Marega, o maliano bateu Renan mas estava adiantado.

A primeira verdadeira explosão de alegria chegou aos 41 minutos. Centro de Herrera (fez o seu último jogo pelos 'dragões), cabeceamento de Soares e o FC Porto na frente. Festa enorme no topo sul, desilusão na zona contrária no rosto dos adeptos leoninos e palmas de quase todo o estádio pelo gesto de Soares: festejou com uma camisola de Iker Casillas, apontando para o guarda-redes espanhol nas bancadas. Mas Bruno Fernandes (que também de ter feito o seu último jogo pelo Sporting), o 'salvador da pátria' leonina, voltou a ser decisivo e empatou aos 45, num remate desviado por Danilo.

FC Porto 'mandão', Sporting eficaz. Felipe adiou a 'morte' do Dragão aos 120 minutos

Intervalo foi tempo de refrescar a garganta, recuperar as forças, dar a tática para os segundos 45 minutos. Tempo de dar palpites sobre correções, possíveis mudanças, numa altura em que a temperatura tinha caído e muito no Jamor.

Ainda havia gente à procura do seu lugar nas bancadas e já Soares deixava os adeptos do Sporting com o coração na mão e os do FC Porto desesperados. Mais um 'tiquinho' e o brasileiro fazia golo, num remate devolvido pelo poste de Renan. Animavam os adeptos azuis-e-brancos, que puxavam pelo FC Porto, abafando, por momentos os cânticos vindos do topo norte, onde apenas as claques do Sporting continuavam a puxar pelos verdes-e-brancos.

Com o Sporting remetido no seu meio-campo, Marcel Keizer trocou o apagado Bruno Gaspar por Ilori, com o central a fechar na direita, fez entrar Bas Dost no posto de Diaby, passando a jogar um futebol mais direto. O FC Porto passou a ser mais vertical, pela troca de Otávio por Manafá na direita, onde passou a acelerar mais o jogo pelo corredor. Tirando um remate de Wendel ao lado aos 76, o Sporting limitava-se a tentar travar as investidas do FC Porto de todas as formas: bloco muito baixo, a jogar quase sobre a sua área, linhas muito juntas e sem capacidade de sair para alimentar os dois avançados. Renan, o poste (remate de Danilo) e o desacerto portista iam mantendo o jogo em 1-1 nos 90 minutos, para desespero dos adeptos portistas e alegria dos sportinguistas, que ansiavam pelos penáltis.

Depois de ter marcado no único remate enquadrado com a baliza nos 90 minutos, os 'leões' fizeram o 2-1 no prolongamento, aos 101 minutos, contra a corrente do jogo: Felipe falhou o corte após centro de Acuña, Bas Dost encostou ao segundo poste. Com os adeptos leoninos a fazerem a festa nas bancadas, e os portistas desanimados, face à iminente derrota, Felipe redimiu-se do erro aos 120 e empatou, para loucura dos portistas no topo sul, já com menos gente. Alguns, menos crentes, já tinham abandonado o estádio. A qualidade do futebol não era muita, é verdade, mas havia muita vontade colocada em cada lance pelos intervenientes.

E nos penáltis, voltou a dar Sporting, como aconteceu na final da Taça da Liga e também os seus seis jogos anteriores em que os 'leões' decidiram um encontro a partir da marca dos 11 metros. A maldição do FC Porto nas grandes penalidades terá de ser quebrada noutra altura, para desespero dos adeptos: já são sete derrotas seguidas em jogos decididos a partir de remates da zona dos 11 metros. O falhanço de Bas Dost no primeiro remate não foi aproveitado pelo FC Porto que falhou o 3.º penálti (remate à barra, tal como Bas Dost) e o 5.º, por Fernando Andrade.

Festa verde-e-branca no Jamor, com muito fair-play mas também um incidente: depois de muito aplaudido pelos adeptos do FC Porto e também do Sporting quando subia as escadarias de acesso à Tribuna para receber a medalha de derrotado, Sérgio Conceição não cumprimentou o presidente do Sporting e deixou Frederico Varandas de mão estendida. Líder leonino desvalorizou o episódio.

Enquanto os adeptos leoninos faziam a festa nas bancadas, com a equipa a passear com a Taça, os 'dragões' partiam para o Norte cabisbaixos, desiludidos, com mais um troféu a fugir nas grandes penalidades. Sobre o resultado, Sérgio Conceição falou em crueldade, já Marcel Keizer destacou a entrega dos jogadores, admitindo que o Sporting teve sorte.

Festa rija em Alvalade e na Praça do Município, em Lisboa

Do Jamor para Alvalade, a festa verde-e-branca continuou pela noite dentro, com milhares de adeptos a receberem a comitiva no estádio do Sporting. A euforia era tanta que alguns adeptos tentaram festejar com os jogadores no relvado. A Polícia foi obrigada a intervir para acabar com o foco de confusão na zona da Juve Leo, com cadeiras a serem lançadas na direção das forças da autoridade.

Na segunda-feira foi a vez da comitiva leonina ser recebida por Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, nos Paços do Concelho. Cerca de 500 adeptos marcaram presença, para despedirem dos jogadores esta época e saudar os vencedores da Taça de Portugal. Foi a terceira vez que o Sporting esteve no local, depois de Fernando Medina ter recebido as equipas de hóquei em patins e futsal, que se sagraram campeões da Europa esta época

Sportinguistas, fiquem tranquilos pois por muito barulhento que seja o tipo de megafone, se a mensagem não for verdadeira ninguém a segue. Ninguém acredita

Frederico Varandas fez questão de recordar o que era o Sporting há um ano: um clube destroçado, débil, com um vazio direto, jogadores a rescindirem por justa causa após a invasão da Academia do clube por parte de 50 adeptos da Juve Leo. Os 'leões' partiram para a época 2018/2019 atrás dos rivais Benfica, mas reergueram-se e terminaram a época com dos troféus, na estreia do técnico holandês Marcel Keizer.

Já o FC Porto termina uma temporada do quase: terminou em segundo na Liga a dois pontos do líder Benfica, depois de ter tido uma vantagem de sete pontos, acabou derrotado nas finais da Taça da Liga e Taça de Portugal, nas grandes penalidades, pelo Sporting. Além das derrotas, o FC Porto vai perder mais de metade dos titulares e metade do atual plantel: Militão e Felipe já foram vendidos, Alex Telles deverá seguir o mesmo caminho. Casillas vai deixar de jogar depois dos problemas no coração, Herrera, Brahimi, Maxi Pereira, Hernâni, Adrian López e Fabiano terminam contrato e vão sair. Marega deverá ser negociado para Inglaterra. Muito trabalho para Conceição para a próxima época.

Keizer vê aumentadas as responsabilidades já que o Sporting irá querer, pelo menos, repetir este ano e lutar pelo título da I Liga. Incerta é a permanência de Bruno Fernandes, jogador muito cotado e que deverá mudar-se para Inglaterra.