O antigo ala direito da Académica Mário Campos acredita que é possível o clube de Coimbra conquistar este ano a Taça de Portugal de futebol, frente ao Sporting, na final marcada para domingo.

«No plano teórico, penso que é difícil, mas até pelo último jogo que nós fizemos no Estádio de Alvalade, é possível. Naturalmente que não pode haver azar e a Académica tem de fazer uma grande exibição e o Sporting não», disse à agência Lusa o médico, de 65 anos, que disputou em 1969 a última final da "Briosa".

Nessa partida, disputada a 22 de junho de 1969, em plena crise estudantil, os "estudantes" estiveram a ganhar, mas perderam o troféu para o Benfica, de Eusébio, que apontou o golo da vitória já na segunda parte do prolongamento.

Mário Campos considera que atualmente será «mais fácil» vencer a Taça de Portugal, recordando que a Académica, na altura, defrontou uma equipa que na década de 60 foi quatro vezes finalista da Taça dos Campeões Europeus e que tinha o "pantera negra" como figura de proa.

«Comparativamente a essa altura, penso que agora é mais fácil: o Sporting não está tão bem, a Académica também não está tão bem, mas o jogo pode ser equilibrado, tenho esperanças disso», referiu o atual diretor do serviço de nefrologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Apesar da época irregular da "Briosa" na Liga, o médico considera que a equipa de Pedro Emanuel chegou à final da Taça de Portugal com todo o "mérito", depois de eliminar, de forma categórica, o FC Porto (3-0, em Coimbra), bicampeão nacional e vencedor das últimas três edições da prova.

Natural de Torres Vedras, este fervoroso academista - onde jogou mais de uma década - não deixa, contudo, de apontar algumas críticas à atual direção dos "estudantes", que, na sua opinião, não tem sabido aproveitar o passado, «e até o desvaloriza», para projetar mais o clube.

Salientando que Coimbra esgotou os bilhetes para a final da Taça numa fase em que o clube ainda corria o risco de descer de divisão, o antigo futebolista considera que o «prestígio impressionante» da Académica se deve à sua história.

«Eles (sócios e simpatizantes) ao irem ao jogo só estão agarrados ao passado, que teve uma importância brutal na manutenção deste élan para a cidade», sublinhou, referindo que «é pena que quem dirige muitas vezes não tenha aproveitado, antes pelo contrário, o passado da instituição».

Mário Campos lamenta ainda que a Académica tenha perdido a identidade que a caraterizava, deixando de apostar na formação e no estatuto do jogador/estudante, que permitia uma aproximação maior do clube com a cidade e a academia, e consequentemente o apoio da massa adepta «nos bons e maus momentos».

Para o antigo jogador, «foi um erro brutal não se ter olhado como se devia para a formação, pois se tivessem tido o cuidado que era necessário, muito provavelmente havia jogadores que passavam dos juniores para os seniores e não haveria tanta necessidade de todos os anos andar em correria com os empresários à procura de atletas para compor a equipa».

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