
O treinador do Tirsense, Emanuel Simões, reconhece hoje que apurar–se para as meias-finais da Taça de Portugal de futebol é o “ponto mais alto da carreira”, sem preferência entre Benfica e Sporting de Braga como próximo adversário.
“Sendo a Taça de Portugal aquela prova mítica em Portugal, em que toda a gente quer ir o mais longe possível, é, sem dúvida, o ponto mais alto da minha carreira”, diz à Lusa, após a vitória de terça-feira no terreno do Elvas (2-0), que permitiu à equipa de Santo Tirso ser a primeira do quarto escalão nacional a garantir uma semifinal da ‘prova rainha’.
O treinador realça que o primeiro sentimento a sobressair entre jogadores, equipa técnica e dirigentes após o apito final foi o de “dever cumprido”, numa “eliminatória muito complicada”, mas que era “possível vencer”, decidida com golos de Júnior Franco (45+2 minutos) e de Daniel Rodrigues (53).
Depois de eliminar Vieira (2-0), Caldas (2-1), Brito (1-0), Rebordosa (1-0), ainda com Luís Norton de Matos a treinador, e Elvas (2-0), os ‘jesuítas’ vão enfrentar, nas ‘meias’, o vencedor do Benfica - Sporting de Braga, agendado para hoje, às 20:45, no Estádio da Luz, em Lisboa, com Emanuel Simões que a eliminatória a duas mãos com qualquer adversário será “um momento para desfrutar”.
“Não tenho preferência. Por um lado, temos a parte mais emocional e financeira que pode acarretar uma equipa como o Benfica, porque arrasta muita gente. O Braga tem marcado terreno, tem marcado a sua posição no futebol nacional, tem conseguido ganhar títulos, inclusive. É uma equipa que continua em crescendo. Com qualquer uma delas, será um momento para desfrutar, porque será daquelas situações que vivemos uma só vez na vida”, adianta.
Com uma carreira que inclui uma passagem pela II Liga, ao serviço do Desportivo das Aves, na época 2014/15, e várias pelo terceiro e quarto escalões do futebol luso, Emanuel Simões já defrontou o Sporting quando treinava o Vizela, também em 2014/15, nos oitavos de final (derrota por 3-2), e salienta que a motivação é a componente “mais fácil” da preparação de um jogo contra um adversário da I Liga.
“Contra essas equipas, a motivação está lá. Às vezes, temos de refrear algumas emoções. Em termos de preparação, o mais difícil para um treinador é conseguir que os jogadores vejam só aquilo que queremos que eles vejam. Estas equipas têm tanta visibilidade, que os jogadores têm acesso aos jogos semanalmente. E tiram ilações que não são as melhores para o plano estratégico”, sugere.
Ciente de que a Série A do Campeonato de Portugal, competição em que a sua equipa ocupa o nono lugar, é prioritária, o treinador natural de Barcelos crê que o regresso do Tirsense às meias-finais da Taça, 54 anos depois da primeira e única aparição nessa fase, pode ser o “primeiro passo” para fazer "renascer um bocadinho" a equipa trajada de preto, que contabiliza oito presenças no escalão máximo do futebol luso.
Nas meias-finais da edição da Taça de 1970/71, o Tirsense foi batido duas vezes pelo Benfica, por 3-1, em Santo Tirso, e 5-1, em Lisboa, acabando os ‘encarnados’ por chegarem à final, então vencida pelo Sporting, por 4-1.
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