Quase um quarto das federações desportivas "admitiram ter dificuldade em cumprir com os compromissos financeiros assumidos" devido ao impacto da pandemia de COVID-19, revela um estudo hoje divulgado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Segundo o estudo, promovido pelo IPDJ junto das federações desportivas com estatuto de utilidade pública para diagnosticar o impacto da pandemia, 24%, ou 11 das federações inquiridas, teve problemas em cumprir com os compromissos.
"O IPDJ verificou que as federações esperam uma diminuição das fontes de receitas, sobretudo de patrocinadores, proveitos provenientes da organização de provas, filiações e autarquias", pode ler-se numa nota que dá conta das principais conclusões do estudo.
Segundo as informações disponibilizadas, responderam ao inquérito, dinamizado em junho, 45 das 58 federações desportivas com estatuto de utilidade pública, com seis a revelar terem recorrido ao ‘lay-off' de trabalhadores para fazer face às dificuldades, e apenas uma das federações inquiridas a admitir que recorreu ao despedimento, de um funcionário.
Outro dos problemas identificados prende-se com a dificuldade na retoma pelos praticantes, não só pela "quebra da oferta, mas também pela diminuição da motivação e a insegurança sanitária".
Para os praticantes de alto rendimento, "o maior impacto revelou-se na perda de competitividade e ritmo desportivo, ou ainda nas despesas realizadas não efetuadas", como deslocações aéreas e reservas de alojamento.
Trinta e cinco federações admitem apoiar clubes e associações filiadas, ou 78% das ouvidas, com várias medidas que vão da disponibilização de ‘kits' sanitários ao reforço de tesouraria.
Face ao cenário, o IPDJ promete "continuar a implementar medidas que respondam às circunstâncias extraordinárias que afetam o setor", como um ajustamento dos quadros competitivos, para garantir maior segurança, o reforço "da sustentabilidade organizacional" e a criação de uma campanha que incentive a retoma da atividade desportiva.
Outra das iniciativas planeadas pelo IPDJ prende-se com a "reorientação do apoio ao programa de atividades regulares", que passará a ter como prioridades clubes e praticantes à procura de retomar atividade.
O estudo contempla ainda várias outras questões, da orçamentação das federações às medidas de apoio, ao receio de perda de praticantes jovens ou a sugestão de medidas para fazer face aos problemas.
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