O Kremlin disse hoje que prosseguirá contactos com o Comité Olímpico Internacional (COI), com vista a “proteger os interesses” dos atletas russos, após a recomendação do organismo de permitir a sua participação nas competições internacionais, de forma condicionada.
“Continuaremos a defender os interesses dos nossos atletas de todas as formas possíveis e prosseguiremos os contactos com o COI, a fim de proteger os seus interesses”, afirmou o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitri Peskov.
O COI recomendou na terça-feira a participação a título individual de desportistas russos e bielorrussos nas competições internacionais, sob bandeira neutra, adiando para mais tarde uma decisão sobre a participação nos Jogos Olímpicos Paris2024.
Segundo explicou o presidente do COI, Thomas Bach, em conferência de imprensa, após reunião do Comité Executivo do organismo, a recomendação a federações internacionais abre a porta à participação de atletas com passaporte russo ou bielorrusso nas competições, “como neutros ou individuais”, sem permitir a presença de equipas destes países, de atletas “que ativamente apoiam a guerra” na Ucrânia e de membros das forças armadas e de segurança, mantendo ainda as sanções diretas aos Estados russo e bielorrusso.
Quanto à participação em Paris2024 (verão) e Milão-Cortina2026 (inverno), Bach atirou uma decisão sobre o assunto para “o momento apropriado”, adiando uma posição sobre a matéria, após a 'ameaça' de boicote de Ucrânia, Polónia e países bálticos, no dia em que abriu a porta ao regresso de atletas daqueles países aos grandes eventos internacionais.
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris2024 vão decorrer na capital de França entre 26 de julho e 11 de agosto (Olímpicos) e de 28 de agosto a 08 de setembro (Paralímpicos).
A invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022 – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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