A agência de cibersegurança do governo francês alertou na quinta-feira que ataques de 'ransomware' serão "inevitáveis" durante os próximos Jogos Olímpicos em Paris.

Há dois anos, as autoridades francesas estão a preparar-se para combater um nível sem precedentes de ataques cibernéticos nos Jogos Olímpicos, que começam em Paris a 26 de julho.

A variedade de ameaças pode vir de grupos criminosos, de países como a Rússia que desejam minar os Jogos, "hacktivistas" com ambições ideológicas, ou apostadores.

A agência de cibersegurança do governo, Anssi, expressou confiança de que as equipas de segurança conseguiriam lidar com a ameaça de tais ataques, mas disse que era “irrealista” esperar que todos fossem evitados.

"É absolutamente certo e inevitável que ataques de 'ransomware' ocorrerão durante os Jogos. E estatisticamente, há uma grande probabilidade de que ataques de 'ransomware' afetem atores que estarão envolvidos nos Jogos", afirmou.

O 'ransomware' explora falhas de segurança para encriptar e bloquear sistemas de um computador, exigindo um resgate de um utilizador ou organização para desbloqueá-los. O objetivo, disse a Anssi, é "garantir que a maioria dos ataques falhe e que reagimos rápida e eficazmente aos ataques que não podemos evitar, a fim de limitar o seu impacto".

Defender-se de tais ataques é principalmente responsabilidade da Anssi e do Ministério do Interior, com apoio do ramo de defesa cibernética do ministério da defesa (Comcyber).

Os Jogos Olímpicos têm sido frequentemente alvo de ataques cibernéticos no passado. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados pela pandemia e realizados em 2021, os organizadores relataram 450 milhões de operações desse tipo, o dobro do que durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

Marie-Rose Bruno, diretora de tecnologia e sistemas de informação dos Jogos de Paris, disse que esperava “oito a dez vezes mais” ataques cibernéticos do que os vistos nos Jogos de Tóquio.

A Anssi também alertou sobre possíveis ataques de negação de serviço de vários grupos ativistas que usariam os Jogos Olímpicos para promover sua causa.

"Outra coisa que é quase uma certeza é tudo relacionado ao ativismo, grupos que variam muito em natureza, todos com mensagens a favor ou contra algo, que estão lá para fazer barulho", disse a agência.

Esses grupos "não fazem coisas muito sérias, porque seu principal modus operandi é a negação de serviço", disse a Anssi, acrescentando que esses ataques não teriam nenhum “efeito destrutivo” a longo prazo.