Vitaly Stepanov, que com a mulher, a atleta russa Yulia Rusanova, denunciou, em 2014, a dopagem institucionalizada no seu país, acusou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) de fugir às responsabilidades ao não banir a Rússia dos Jogos Rio2016.
Numa entrevista telefónica ao diário desportivo francês L’Equipe, Vitaly Stepanov, que se refugiou com a família nos Estados Unidos, considerou que o COI deveria ter castigado “um país culpado de encobrir a dopagem institucionalizada”.
A decisão de deixar às federações internacionais a responsabilidade de decidir se os atletas russos poderiam ou não competir, tendo uma comissão criada pelo COI a última palavra na decisão, não é, em sua opinião, “suficientemente forte”.
Stepanov considerou que eles pretendiam apenas dizer a verdade quanto ao fenómeno generalizado de ‘doping’ no seu país e lamentou a falta de apoio por parte do COI, que não teve coragem de enfrentar a Rússia e que impediu ainda Yulia Rusanova de competir no Rio2016.
"Se calhar alguns membros russos do COI têm segredos que não queiram ver revelados”, disse ainda Vitaly Stepanov, antigo elemento da agência antidopagem russa, acrescentando que o seu único objetivo era o de “limpar o desporto”.
Stepanov, que planeia continuar a viver nos Estados Unidos, não lamentou ter revelado o escândalo de dopagem generalizada no seu país e considerou que, apesar das análises rigorosas aos atletas presentes no Rio2016, que tem o seu início quinta-feira, continuarão a existir batoteiros.
“Se o COI não permite a Yulia competir, lamento, mas aceito a decisão. Agora o que me custa aceitar é que participem atletas que integram um sistema de dopagem organizada”, destacou.
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