O selecionador de águas abertas, David Ferro, acredita que decidir o apuramento olímpico em Setúbal é uma mais-valia para Portugal poder cumprir no Rio2016 o ‘tri’ em termos de participação olímpica.
“Acreditamos que sim. Todo o processo de preparação é para tirar partido da prova ser em Setúbal, onde realizámos estágios preparatórios. Todos os nossos atletas já competiram aqui mais do que uma vez. Ajuda muito. Há uma referência do plano de água. Acreditamos que pode ser um ponto muito importante a nosso favor”, assumiu à agência Lusa.
No domingo (16:00), Rafael Gil, de 19 anos, e Vasco Gaspar, de 25, estão entre os 71 nadadores que procuram uma das 10 vagas em disputa, enquanto, no sábado (16:00), essa tarefa cabe a Angélica André, de 21 anos, e Vânia Neves, de 25, numa prova com 51 nadadoras nos 10 quilómetros de prova em circuito na baía do Sado.
“Face aos resultados da Angélica e do Rafael no último ano e meio, podemos pensar que podem estar um pouco mais à frente relativamente ao Vasco e à Vânia. Mas ambos são muito jovens, quatro-cinco anos mais novos do que a média dos que participarão no Rio2016, logo menos experientes”, vincou.
Ainda assim, e apesar da desvantagem de tarimba internacional face aos rivais, recorda que “muitas condicionantes externas influenciam o rendimento e nem sempre o mais rápido ganha”.
David Ferro insiste nas “dificuldades” do apuramento, uma vez que “o nível é muito alto e apenas 25 nadadores de cada sexo estarão no Rio2016”: “É extremamente complicado, exigente e muito ambicioso.”
A base de recrutamento em Portugal é “curta”, já que há apenas 50-60 nadadores a competir nas provas nacionais, em ambos os sexos e em todos os escalões, sendo que nem metade são seniores.
David Ferro realça a “importância” de Portugal repetir a presença olímpica de Pequim2008 e Londres2012, considerando-a “fundamental” para o desenvolvimento das águas abertas no país.
O campeão olímpico em título, o tunisino Oussama Mellouli, e o campeão do mundo dos cinco quilómetros, o sul-africano Chad Ho, estão entre os que procuram a qualificação, tal como as consagradas Keri-Anne Payne, de Inglaterra, Mireia Belmonte, de Espanha, e Chelsea Gubecka, da Austrália.
“Isso atesta bem o desenvolvimento da modalidade e a dificuldade na qualificação”, completou, referindo-se à prova num percurso de 1.666 metros e que obriga a seis voltas no Sado.
Em Setúbal, cada país só apura um nadador, até ficarem definidas dez vagas: os cinco lugares seguintes sobram para os melhores de cada continente, desde que não pertençam a países já definidos pelos critérios anteriores.
Esta é a nona vez que Setúbal recebe uma competição do calendário mundial de natação em águas abertas, com a primeira prova a realizar-se em 2006.
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