“Todos os que estão na regata das medalhas são candidatos, nós somos candidatos, os outros sete são candidatos. Por isso, só temos de acreditar bem-dispostos, ter as energias de todos os portugueses connosco. Os portugueses nunca podem duvidar ou pôr em causa o nosso esforço”, disse Emanuel Silva, pouco depois da dupla lusa ter vencido a sua meia-final, com um tempo de 3.18,099 minutos.
Garantindo que vão dar o seu melhor, Emanuel Silva, medalhado de prata em Londres2012 na mesma prova, então ao lado de Fernando Pimenta, espera “uma final muito bonita de se ver, porque vêm oito barcos com muita vontade” de ganhar e o português é um deles.
“Vamos acreditar do início ao fim e vamos fazer tudo para que os portugueses gostem de fazer canoagem e vibrem com a regata olímpica”, afirmou.
Para João Ribeiro, que se estreia em Jogos Olímpicos, nesta final “está tudo muito nivelado e, às vezes, os principais candidatos, como aconteceu no K1, nem sempre ganham”, numa prova em que Fernando Pimenta, campeão europeu, foi quinto classificado.
“Não somos candidatos, somos mais um barco na final que quer ganhar uma medalha. Os alemães são campeões do mundo, há outros barcos que também já estiveram em finais, que são mais favoritos ainda, mas nós vamos lá e para os vencer”, referiu.
De acordo com Emanuel Silva vencer a meia-final “foi estratégia”, depois de terem poupado “um pouco as energias nas eliminatórias”, garantindo que “o resultado está à vista, uma final olímpica”.
“[Vitória na meia-final] É para dizer que nós também contamos, que também estamos lá para ganhar as medalhas, ninguém vai para as finais para ser quarto, quinto ou sexto, todos vão para lutar por uma medalha. É isso que nós queremos, sempre pensámos nisso desde o primeiro momento em que chegámos cá e é isso que vamos tentar”, afirmou João Ribeiro.
Nos seus primeiros Jogos, João Ribeiro diz que tem “cem por cento de finais para já” e que “o barco está a andar”.
“Agora é descansar bem, como temos feito nestes dias, e estar descontraídos, porque amanhã [quinta-feira] vai ser um grande dia”, referiu.
Numa competição em que apenas entraram 12 embarcações de “alto nível”, Emanuel Silva disse que vencer a meia-final não foi fácil, mas que controlaram a regata e “o controlar é acreditar”: “Acreditámos que era possível, saímos bem, acreditámos desde a largada, acreditámos do princípio ao fim, viemos a controlar”.
“Ganhámos, não é surpresa, sabíamos que era possível e quando sabemos que é possível só temos de acreditar que vamos conseguir e é o que acontece com esta dupla. A minha experiência, com a vontade do João está a resultar. Isto aqui não é pressão para ele, nem é pressão para mim, porque nós gostamos de pagaiadas, gostamos de pôr o barco a deslizar o mais depressa possível, estamos em sintonia”, afirmou.
Emanuel Silva garantiu ainda que a dupla “é perfeita”, dizendo que se dão muito bem, que saem “para ir comer gelados e coisa do género”, além de partilharem o quarto no Rio de Janeiro, por isso, tem de existir “um K2 de sucesso”.
“Só temos de acreditar um no outro. Ele acredita em mim e eu nele e o barco voa”, afirmou.
Sobre as condições na Lagoa Rodrigo Freitas, depois de na véspera Fernando Pimenta ter dito que tinha ficado com folhas presas no caiaque na final de K1 1000, Emanuel Silva diz que não o preocupam.
“Nunca me preocuparam os mosquitos, nunca me preocuparam as algas, nunca me preocuparam as ondas ou o vento. O que me preocupa é como me vou sentir amanhã [quinta.-feira]. Eu, sendo otimista, tenho é de estar preocupado comigo. As condições climatéricas são iguais para todos e isso só vai ser um motivo para eu me desgastar psicologicamente e emocionalmente e não preciso disso, porque já tenho os outros adversários para me desgastar”, afirmou.
Emanuel Silva agradeceu ainda a energia que sentiu vir da bancada, com os aplausos dos brasileiros, que lhe dão “mais vontade de carregar na pagaia”.
A embarcação lusa vai tentar a segunda medalha olímpica consecutiva em K2 1000 na quinta-feira, a partir das 9:08 (13:08 em Portugal continental).
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