À chegada ao aeroporto de Lisboa, esta quarta-feira, Fernando Pimenta não escondeu o orgulho pela conquista da medalha de bronze em K1 1000 em Tóquio2020, mas explicou que ficou com a sensação de que podia ter chegado a Portugal com a prata.

"Não estava a contar, ainda não estou a acreditar muito bem no momento. Ainda estou a sentir o peso da medalha. Ainda não deu para rever as imagens da minha prova, mas só hoje percebi o quão perto estive da prata. Ainda não estou dentro da realidade. Ontem foi subir ao pódio, ir ao teste do doping, correr para a aldeia olímpica para fazer a mala e viajar. Na história já estava e no currículo olímpico ainda posso acrescentar mais alguma coisa", afirmou o atleta de Ponte de Lima aos jornalistas, na escala para o aeroporto do Porto.

Fernando Pimenta, de 31 anos, que se tinha sagrado vice-campeão olímpico em Londres2012, em K2 1.000 metros, ao lado de Emanuel Silva, terminou a prova de K1 1000 metros de Tóquio2020 em 3.22,478 minutos, apenas atrás dos húngaros Balint Kopasz, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431).

"A ambição é querer sempre mais. Fiquei feliz com o bronze. No Rio2016 fugiu por motivos alheios a mim e à minha condição física, por isso, conseguir este pódio foi muito importante. Ainda tenho muito a dar ao desporto nacional. Nunca estou satisfeito. Na minha cabeça quero sempre melhor, ser mais rápido na chegada à meta", acrescentou para depois falar sobre a sua filha, que nasceu em dezembro de 2020.

"Quando saí daqui [antes dos Jogos Olímpicos], referi que já tinha a minha medalha: a minha filha. No futuro vai orgulhar-se muito de mim. Quero incentivá-la, bem como a todos os mais novos, a procurarem superar-se, a terem objetivos de vida, senão não andamos cá a fazer nada", realçou.

Logo após a prova que lhe valeu o terceiro lugar na capital japonesa, o canoísta confessou que se sente bem fisicamente e até apontou os Jogos Olímpicos de 2032 [Brisbane, Austrália] como meta.

"Antes do foco em Paris2024 ainda tenho objetivos a curto prazo. Em setembro, tenho os campeonatos do mundo, mas Paris já está na mente. Até ao final da semana, o treinador dá-me rédea solta - mas não é parar. Sem pressão de bater tempos. Só depois dos campeonatos do mundo é que vou fazer o defeso e preparar a próxima época".

Por fim, uma mensagem aos  benfiquistas e para todos os portugueses: "Sejam autênticos, procurem ter gente com energia positiva à volta, focar nos objetivos e nos da equipa e não fazer chacota de outros. Portugal pode ser uma grande potência do desporto, basta haver incentivo e apoio, e que se continue a trabalhar. Não ouvirem quem diz 'não vamos conseguir'. O impossível está na nossa cabeça".

As imagens de bronze de Fernando Pimenta em Tóquio2020

Com três medalhas conquistadas em Tóquio2020 - o judoca Jorge Fonseca alcançou a de bronze na categoria de -100 kg e Patrícia Mamona arrebatou a de prata no triplo salto - Portugal já igualou o melhor pecúlio em Jogos Olímpicos, reeditando as três subidas ao pódio de Los Angeles1984 e Atenas2004.

Portugal passou a contar com um total de 27 medalhas conquistadas em Jogos Olímpicos (quatro de ouro, nove de prata e 14 de bronze), duas das quais na canoagem, ambas com a participação de Fernando Pimenta, que integra agora o restrito grupo de atletas lusos com dois pódios no maior evento desportivo mundial, juntamente com os atletas Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro e o cavaleiro Luís Mena Silva.

As melhores imagens do Dia 11 de Tóquio2020