O tenista português Francisco Cabral, especialista em pares, perdeu hoje na primeira ronda de singulares de Paris2024 frente ao alemão Jan-Lennard Struff, após ter sido chamado à última hora para substituir o australiano Alex de Minaur.

No seu primeiro encontro de singulares desde março de 2022, o portuense de 27 anos foi derrotado pelo 34.º jogador mundial pelos parciais de 6-2 e 6-2, em uma hora e dois minutos.

Cabral, que nem tem ranking de singulares, entrou neste quadro apenas esta manhã, para substituir o número seis mundial, Alex de Minaur, que desistiu.

Ainda hoje, o número um nacional de pares vai regressar aos courts de Roland Garros para, ao lado de Nuno Borges, defrontar os gregos Petros e Stefanos Tsitsipas na primeira ronda de pares.

Em declarações à agência Lusa, Cabral admitiu que “mais ou menos há 48 horas sabia que havia a possibilidade de entrar, porque sabia que havia um ou outro jogador que não estava a 100%”.

“Sabia que eu era o primeiro ‘alternate’ na lista, porque perguntaram aos jogadores de pares antes de mim se queriam jogar, eles disseram que não. Eu mal soube dessa possibilidade, obviamente disse que sim, porque é um grande bónus para mim poder jogar os singulares aqui, é uma variante que eu já não jogo há dois anos, mas é os Jogos Olímpicos, era incapaz e impossível dizer que não”, referiu.

Sobre o desafio frente a Struff, Cabral disse que o tentou tornar “o mais normal possível, pensar que seria uma adaptação às condições” para o encontro de pares de mais logo, garantindo que este “não é um regresso” aos singulares, pois aceitou apenas por “ser uma ocasião especial”.

“Era impossível dizer que não, porque isto é realmente um sonho e um orgulho imenso poder representar Portugal nesta prova”, referiu.

Sem jogar singulares desde março de 2022, o portuense de 27 anos disse que “as dimensões do campo são um bocadinho diferentes”, pois está “habituado só a jogar numa metade”.

“Portanto sim, ao início estava um bocadinho nervoso, ainda à procura de sensações e dimensões, mas acho que num ou outro momento consegui aplicar um bom ténis. Obviamente, nada muito consistente, nem muito duradouro, mas estou satisfeito com o que fiz”, assumiu.

Agora, o número um nacional de pares vai concentrar-se no encontro da sua variante de eleição, ao lado de Nuno Borges, no qual vai defrontar os irmãos gregos Petros e Stefanos Tsitsipas.

“O par é obviamente o meu grande objetivo, é a minha carreira. Tanto eu como a equipa tínhamos definido que este jogo servia mais como adaptação do que propriamente tentar ganhar, porque seria irrealista pensar dessa forma e acho que o consegui fazer”, afirmou.

À semelhança de Francisco Cabral, também Nuno Borges, 42.º do mundo de singulares, foi derrotado por duplo 6-2, frente ao argentino Mariano Navone (36.º), mas o portuense acredita que o seu amigo vai estar bem nos pares.

“O Nuno tem força interior suficiente para perder [e recuperar]. Eu sei que ele vai limpar a cabeça para jogar o par, porque o singular lá já está, já não adianta ficar cabisbaixo, porque nada vai mudar. Acredito que o par também é um grande objetivo para ele”, concluiu.