Os advogados Jordan Chiles apresentaram esta segunda-feira um recurso no Tribunal Federal da Suíça, numa tentativa de reverter uma decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) que retirou o bronze olímpico à ginasta americana.

Chiles conquistou o terceiro lugar na prova de solo nos Jogos Olímpicos de Paris, isto após uma revisão da pontuação relativa ao grau de dificuldade que levou a norte-americana ao pódio à custa da romena Ana Barbosu.

No entanto, a Roménia recorreu da decisão, e o TAD decidiu a seu favor, concluindo que o recurso americano para a revisão da pontuação foi feito quatro segundos fora do prazo.

Barbosu recebeu a medalha de bronze após a controvérsia, isto após Comité Olímpico Internacional ter dito a Chiles para devolver a sua medalha.

No entanto, os advogados da ginasta americana informaram que iriam contestar a decisão com base no facto de que o julgamento do TAD teve falhas, acrescentando que tinham imagens de vídeo que "provam inequivocamente" que o recurso inicial para a revisão da pontuação foi submetido a tempo.

Os advogados da ginasta também argumentaram que o chefe do painel do TAD que decidiu contra Chiles tinha "um sério conflito de interesses", isto devido ao facto de ter atuado como advogado da Roménia durante vários anos.

"Dadas estas deficiências inegáveis, Jordan Chiles pede ao Tribunal Federal que restabeleça a pontuação que ela ganhou legitimamente na final do exercício de solo", escreveram os advogados da atleta em comunicado.

"Os recursos de Jordan Chiles apresentam à comunidade internacional uma questão jurídica simples — todos ficarão de braços cruzados enquanto uma atleta olímpica que só fez a coisa certa é despojada da sua medalha devido a uma injustiça fundamental num processo de arbitragem ad-hoc? A resposta a essa pergunta deve ser não. Cada parte dos Jogos Olímpicos, incluindo o processo de arbitragem, deve defender o jogo limpo", disse o advogado de Chiles, Maurice Suh.

O recurso de Chiles é apoiado pelo Comité Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC), acrescentaram os advogados da ginasta.

"Chiles tem uma equipa de apoio incrível e está grata pelo apoio inabalável da sua família, colegas de equipa, treinadores, fãs e do USOPC enquanto leva o seu caso até fim", acrescentaram os advogados.

A ginasta descreveu a decisão de lhe retirar o bronze como "devastadora" e revelou no mês passado que foi alvo de insultos racistas nas redes sociais devido a esta controvérsia.

"Esta decisão é injusta e representa um golpe significativo, não apenas para mim, mas para todos que me apoiaram no meu caminho. Para agravar a dor, os ataques racistas não provocados nas redes sociais são errados e extremamente dolorosos. Dei corpo e alma a este desporto e estou muito orgulhosa de representar a minha cultura e o meu país", disse a atleta após os Jogos Olímpicos.

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