O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, assumiu hoje que há estudos em curso para ajustar os calendários dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, tendo em conta o efeito das alterações climáticas.

“Há dois anos, pedimos a quem acolhe os Jogos de Verão e os de Inverno para medirem as consequências das alterações climáticas nas organizações desportivas mundiais. Com maior foco no Inverno, mas também nos de Verão. Há estudos a caminho”, revelou, durante uma conferência online com jornalistas.

O calor extremo que tem afetado a Europa e várias outras regiões do mundo, as chuvas intensas e cheias em outras regiões, bem como o facto de os invernos não serem tão rigorosos como habitualmente em outras latitudes tem impacto nos eventos desportivos, contudo o COI lembra que eventuais ajustes na calendarização das competições não dependem apenas de si.

“Temos de olhar para o calendário dos desportos internacionais, pois isto não é algo que possa ser feito unilateralmente pelo COI. Envolve os desportos, sobretudo aqueles ao ar livre”, especificou.

Thomas Bach recordou, ainda assim, que o COI já tem lidado “com sucesso” contra adversidades climatéricas, exemplificando com o caso de Tóquio2020 e as diversas medidas que foram tomadas para “mitigar os efeitos do calor e da humidade elevados”.

“Tivemos no Japão uma boa experiência sobre o que podemos fazer. Em caso de necessidade, estamos em condições de responder de igual modo em Paris2024”, garantiu.

Quanto à próxima edição dos Jogos Olímpicos, que vão decorrer entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024, em Paris, entende-os como os precursores de “uma nova era”.

“Vão ser uns Jogos pioneiros em muitas áreas, planeados de acordo com as reformas da nossa agenda olímpica. Ajudarão nas edições futuras e inspirarão outros grandes eventos”, defendeu.

Bach destacou, entre outros, a paridade entre sexos, com a atribuição de exatamente o mesmo número de vagas para atletas masculinos e femininos.

Enalteceu também o facto de 95% das infraestruturas serem já existentes ou temporárias, mas também o facto de pegada de carbono ser “reduzida para metade” em comparação com a de Londres2012 e do Rio2016, sendo que “100% da energia será gerada por fontes renováveis”.

Elogiou ainda a circunstância de, pela primeira vez na história, a cerimónia de abertura não ser feita no estádio, mas no “coração” de Paris, com o rio Sena como palco.

“Vamos ter centenas de milhares de pessoas ao longo das margens. Até me arrepio só de pensar em tudo o que os atletas sentirão”, disse.

O presidente do COI partilhou ainda as “expectativas de milhões à volta do mundo” em estarem novamente juntos, “ultrapassada a pandemia” que condicionou Tóquio2020, em que os eventos decorreram sem público.