A equipa olímpica de refugiados nos Jogos Olímpicos de Paris será composta por 36 atletas de onze nacionalidades diferentes, com a esperança de conquistar a primeira medalha para este grupo, anunciou esta quinta-feira (2) o Comité Olímpico Internacional (COI).
Liderados pela ciclista afegã Masomah Ali Zada, que estuda em Lille e já participou dos Jogos Olímpicos de Tóquio há três anos, os 23 homens e 13 mulheres participarão do desfile fluvial ao longo do Sena, atrás apenas da Grécia, a nação olímpica, na cerimónia de abertura no dia 26 de julho, à frente das demais delegações.
"Irá enviar uma mensagem de esperança a mais de 100 milhões de pessoas deslocadas no mundo. Ao mesmo tempo, servirá para sensibilizar bilhões de pessoas sobre a extensão da crise dos refugiados", declarou o presidente do COI, Thomas Bach, por videoconferência.
Os atletas foram selecionados pelo seu "desempenho desportivo", mas também pela tentativa de alcançar "uma representação equilibrada" de modalidades, gênero e países de origem, segundo o COI.
Serão atletas do Afeganistão, Síria, Irão, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Camarões, Eritreia, Etiópia, Cuba e Venezuela, que vivem em 15 países diferentes: Estados Unidos, Canadá, México, Quénia, Jordânia, Israel e nove países europeus.
A delegação, que tem o seu próprio emblema – um círculo de flechas que simboliza "a experiência comum" das suas jornadas – vai competir em 12 modalidades, do judo ao atletismo, passando pela natação, taekwondo, canoagem, luta livre e tiro.
"Pela primeira vez" desde a criação da equipa olímpica de refugiados, antes dos Jogos do Rio-2016, "um dos membros da seleção apurou-se pelos seus próprios méritos", sem receber convite, destacou Ali Zada, num encontro com a imprensa.
Trata-se da pugilista Cindy Ngamba, camaronesa refugiada no Reino Unido – devido à repressão contra a homossexualidade no seu país natal – que será a principal esperança de medalha para a equipa de refugiados. Cindy Ngamba é tricampeã de Inglaterra em três categorias de peso diferentes e está apurada na de até 75kg.
Os atletas participarão de uma concentração pré-Jogos em Bayeux (noroeste da França), assim como foi feito em Doha antes da edição de Tóquio, em 2021.
O COI criou a equipa olímpica de refugiados em 2015, um ano marcado pelo deslocação de milhões de pessoas, muitas delas devido à guerra na Síria.
Na Rio-2016 foram dez atletas em três modalidades e 29 em Tóquio, em 12 modalidades.
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