O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) mostrou-se hoje confiante na revalidação do título no triplo salto por Pedro Pablo Pichardo nos Jogos Olímpicos Paris2024, receando as ausências de Auriol Dongmo e Patrícia Mamona.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Vieira realçou a valia da marca obtida por Pichardo, a 20 de abril, em Xiamen, na China, onde, após quase um ano de ausência, saltou 17,51 metros e assegurou a presença na capital francesa.
“O atleta tem estado a treinar e a treinar bem. Agora, até com mais um elemento na equipa técnica dele, com o apoio médico também da FPA. Portanto, o atleta está em pleno, e como se viu pelo resultado que, aliás como eu previa, logo no primeiro salto conseguiu a marca de qualificação”, recordou Jorge Vieira.
Questionado sobre o litígio entre Pichardo e o Benfica, o dirigente reconheceu que se trata de “uma situação em suspenso”, mantendo-se a “tensão”, sem que receie o impacto no desempenho desportivo do campeão olímpico.
“Tudo isso vai sendo ultrapassado. É óbvio que ainda tem a situação com o Benfica em suspenso. Aquela tensão que existe – e que eu espero que vá ser ultrapassada -, mas que não conflitua com a participação competitiva dele”, rematou.
Jorge Vieira está, contudo, menos otimista relativamente à recuperação da lançadora Auriol Dongmo, quarta no lançamento do peso em Tóquio2020.
“Aí estou muito mais preocupado com a Auriol. Eu diria que é muito difícil, muito improvável a participação nos Jogos, mas, sobretudo, a participação nos Jogos a um nível elevado. A participar, dificilmente poderá estar no nível mais elevado dela, porque todo o processo até agora tem sido de recuperação da saúde, não da recuperação do estado de forma”, referiu.
Segundo Jorge Vieira, a atleta do Sporting, que não compete desde meados de setembro de 2023, embora já tenha assegurado mínimos para Paris2024, “estará, agora, a começar a fazer os primeiros exercícios de treino, mas tem muito pouco tempo para os Jogos”.
“É uma interrogação muito grande”, reconheceu Jorge Vieira, que diz acreditar numa representação lusa a rondar os 20 atletas que estiveram presentes na capital japonesa, em 2021.
Em idêntica situação está Patrícia Mamona, prata no triplo salto em Tóquio2020, a contas com várias dores, depois de ter recuperado das lesões nos joelhos que a afetam há praticamente um ano.
“Relativamente à Patrícia, é a mesma situação ao nível da saúde também. Como é que ela irá recuperar das pequenas, mas várias lesões que se têm manifestado ao longo dos últimos tempos? Isso é uma questão que é uma questão que me preocupa muito, mas naturalmente não está nas nossas mãos, mas na da biologia”, salientou.
Mesmo assim, Jorge Vieira assume-se otimista: “Temos estes casos menos bons, mas temos o Pedro Pichardo, como defensor do seu título olímpico, e que eu espero que possa repetir o título agora em Paris”.
O dirigente está também confiante na ‘repescagem’ da estafeta mista de marcha atlética constituída por João Vieira e Vitória Oliveira, através do ranking - no qual os portugueses ocupam a última vaga -, depois de falhado o apuramento direto, no dia 21 de abril, em Antalya, na Turquia, e na elegibilidade de Agate de Sousa a tempo de Paris2024.
“A Agate de Sousa veio para Portugal em 2019, já tem a naturalização, portanto já tem a cidadania portuguesa. Estamos à espera, estamos à espera ainda da luz verde da World Athletics. Falta esse pequeno grande pormenor. Não é um pormenor, é um pormaior”, explicou, confiando que esta autorização chegue antes dos Campeonatos da Europa Roma2024, em junho.
A ainda são-tomense do Benfica Agate de Sousa alcançou os mínimos para Paris2024 no salto em comprimento, com os 6,88 metros obtidos em 25 de abril último, em Lisboa.
Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.
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