O sírio Yahya Al-Ghotany, que vai disputar a competição de taekwondo, e a pugilista camaronesa Cindi Ngamba vão ser os porta-estandartes da seleção de refugiados em Paris2024, anunciou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI).
Yahya Al-Ghotany foi forçado a deixar a Síria com sua família em consequência da guerra, acabando como refugiado no campo jordano de Azraq, onde começou a praticar o desporto de combate, com o apoio da Fundação Humanitária de Taekwondo.
“Vou pensar em todos os que me ajudaram nesta jornada, os meus amigos e a minha família, mas também nas mais de cem milhões de pessoas em todo o mundo que, como eu, tiveram de deixar as suas casas”, disse aos meios do COI o mais velho de sete irmãos, que se iniciou na modalidade há somente cinco anos, tendo alcançado o cinturão negro e o segundo ‘dan’.
A seleção de refugiados, que participa nos Jogos Olímpicos pela terceira vez, depois da estreia no Rio2016 e nova presença em Tóquio2020, abrange 37 desportistas que vivem em 15 países, competindo em 12 desportos.
Cindy Ngamba nasceu nos Camarões e mudou-se com apenas 11 anos para o Reino Unido, onde vive e treina, sendo já tricampeã nacional inglesa.
“A minha maior esperança é que nos Jogos Olímpicos deste ano possamos fazer com que as pessoas se levantem e prestem atenção. Mostrar-lhes do que os refugiados são capazes, porque temos grandes ambições”, disse Ngamba, que poderá comemorar o seu percurso com a mãe e outros familiares, residentes em Paris.
Entre os 37 selecionados está o velocista congolês Dorian Keletela, que esteve em Tóquio2020 através do Comité Olímpico de Portugal, mas que agora participa sobe a égide do comité francês,
A seleção é composta por desportistas de 11 nações, nomeadamente 14 do Irão, cinco da Síria e do Afeganistão, dois de Sudão, Eritreia, Etiópia, Sudão do Sul e Cuba, e um do Congo, dos Camarões e da Venezuela.
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