Os 400 metros barreiras continuam a ser o grande destaque no atletismo dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 e um dia depois do recorde 'estratosférico' de Warholm foi a norte-americana Sydney McLaughlin a melhorar o seu máximo mundial.
O dia foi de sentimentos mistos para os Estados Unidos, mas também para o Quénia, com sucessos e falhanços menos esperados - os norte-americanos foram derrotados nos 200 metros, enquanto os africanos compensaram nova derrota nos obstáculos com a 'dobradinha' nos 800 metros.
A meio do programa de provas combinadas, as classificações do decatlo e heptatlo refletem já o 'fim de carreira' por lesão dos campeões mundiais Niklas Kaul, da Alemanha, e Katerina Johnson-Thompson, da Grã-Bretanha.
Sydney McLaughlin, de 21 anos, deu nas vistas no Rio2016, então com 16 anos, por ser a atleta mais jovem dos Estados Unidos desde 1972.
Volvidos cinco anos, correu para o ouro em 51,46 segundos, fazendo cair o anterior máximo mundial, de 51,90, que tinha estabelecido em junho.
Dalilah Muhammad, que procurava revalidar o título conseguido nos Jogos Rio2016, conquistou a prata, correndo também abaixo do anterior recorde mundial (51,58).
Na véspera, já tinha acontecido semelhante, com dois atletas a descerem do anterior recorde do mundo nos 400 metros barreiras masculinos.
A holandesa Femke Bol completou o pódio, conseguindo a medalha de bronze, com a marca de 52,03 segundos, novo recorde da Europa, no que foi a melhor prova de barreiras de sempre no setor feminino.
No final do dia, chegou a desilusão maior para os Estados Unidos, com os 200 metros, com o canadiano Andre de Grasse a conseguir finalmente uma medalha de ouro, ao derrotar os três atletas dos Estados Unidos.
Depois da medalha de prata do Rio2016 e do mesmo resultado no mundial de Doha2019, o velocista do Canadá apresentou-se no Japão na sua melhor forma de sempre e concluiu a final em 19,62 segundos, recorde nacional e oitava melhor marca mundial de sempre.
De Grasse conseguiu impedir a aposta mais lógica, que era um pódio apenas composto por velocistas dos Estados Unidos, que chegaram à meta nas posições imediatas.
Com prata fica Kenny Bednarek, que registou 19,68 segundos, um recorde pessoal. Noah Lyles, o campeão dos Mundiais de Doha2019, teve de se contentar com o bronze, com 19,74.
À beira do pódio, ficou o jovem de 17 anos Erriyon Knighton, cronometrado em 19,93 segundos e a demonstrar a capacidade de renovação norte-americana na velocidade.
Já derrotado no setor masculino, o Quénia acentuou a crise do seu meio-fundo com a final dos 3.000 metros obstáculos para mulheres, em que o saldo foi apenas bronze.
Peruth Chemutai, do Uganda, ganhou em 9.01,45 minutos, após ser a única que resistiu ao 'esticão' da norte-americana Courtney Frerichs, a meio a prova. Frerichs, ultrapassada a meio da última volta, viria a terminar em 9.04,79 minutos.
A prova foi mais um golpe na auto-estima do Quénia, grande potência da especialidade, obrigado a contentar-se com o bronze de Hyvin Kiyeng (9.05,39 minutos).
Pior esteve a primeira figura do Quénia, Beatrice Chepkoech, recordista e campeã mundial, relegada para sétima com o ataque da norte-americana.
Em contrapartida, tudo correu bem para os quenianos nos 800 metros, a fazerem a 'dobradinha' numa corrida inesperadamente lenta e tática.
Emmanuel Kipkurui Korir (1.45,06 minutos) é o campeão e Ferguson Cheruiyot Rotich (1.45,23) o segundo, de uma final relativamente lenta, em que o antigo barreirista polaco Patryk Dobek (1.45,39) ficou com a medalha de bronze.
A final representou na perfeição a renovação a nível de principais figuras nos 800 metros, já que nenhum dos três medalhados tinha alguma vez conseguido uma medalha, em grandes competições.
Na outra final do dia, o polaco Wojciech Nowicki, medalhado de bronze no lançamento do martelo no Rio2016, foi o mais forte e vai subir dois lugares no pódio, para o ouro.
Na melhor forma da sua carreira, Nowicki conseguiu superar finalmente a barreira do bronze - vinha de quatro terceiros lugares consecutivos, em grandes competições - e ganha, com um consistente concurso para lá dos 81 metros, com um lançamento ganhador de 82,52 metros.
Após um dia, o heptatlo é liderado pela neerlandesa Anouk Vetter e o decatlo pelo canadiano Damian Warner.
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