O guarda-redes do Benfica Gustavo Capdeville defendeu hoje que Portugal encare “jogo a jogo” no Campeonato da Europa de andebol de 2024, na Alemanha, em detrimento de apontar a objetivos finais.

No dia aberto à comunicação social do estágio de preparação para o Europeu, que vai ser disputado entre 10 e 28 de janeiro de 2024, Gustavo Capdeville escusou-se, em declarações à agência Lusa, a estabelecer uma meta para a seleção portuguesa.

“Devemos focar-nos no primeiro jogo, com a Grécia, sem pensar muito à frente. Temos a maratona e a meta não são só os Jogos Olímpicos, melhorar o sexto lugar ou passar a ‘main round’, o objetivo é ganhar à Grécia. Pensar mais à frente é bom, mas o mais importante é o próximo jogo”, vincou o guarda-redes, de 26 anos.

Portugal estreia-se no Grupo F do Europeu em 11 de janeiro, frente à seleção grega, antes de defrontar a República Checa, dois dias depois, e de se bater perante a Dinamarca, tricampeã do mundo, no dia 15.

Gustavo Capdeville esteve presente nas últimas duas edições dos Europeus, em 2022, quando Portugal não superou a fase de grupos, e em 2020, numa edição em que conseguiu a melhor classificação de sempre ao terminar no sexto lugar, confiando que há capacidade para melhorar.

“Eu acredito que sim, os tempos mudam, os atletas ganham maturidade e experiência, muitos deles já estiveram nas anteriores edições, incluindo na melhor de sempre, e estamos a trabalhar bem. Temos atletas que querem muito e, às vezes, além da qualidade, isso é muito importante. Temos um bom espírito de grupo e eu estou confiante”, salientou.

O selecionador Paulo Jorge Pereira chamou outros dois guarda-redes para o estágio, Diogo Rêma (FC Porto) e Miguel Espinha (Ciudad Encantada, Esp), promovendo o regresso de Capdeville, que tinha ficado de fora do Kempa Trophy, em novembro último.

“Não gosto de estar associado à palavra estatuto, a responsabilidade é sempre a mesma. O objetivo é defender a nossa baliza da melhor maneira, independentemente de irmos dois guarda-redes ou três. Já houve situações em que foram dois, outras em que foram três, é uma opção técnica, mas a responsabilidade é sempre a mesma e não acrescenta pressão, porque faz parte”, frisou.

Portugal vai disputar a sexta grande competição seguida, o terceiro Europeu – num total de oito presenças no torneio continental de seleções – com vontade de ser “diferenciado”.

“Podemos garantir muito trabalho, muito querer, muita entreajuda, sabendo que nem sempre tudo vai correr bem e que, perante as outras seleções, a este nível, que têm todas muita qualidade, temos de dar um pouco mais, no trabalho, no querer, na humildade, para estarmos mais perto de vencer”, assegurou.

Além dos Europeus, a seleção lusa esteve ainda nos Campeonatos do Mundo de 2021 e 2023 e nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, sem que isso valha de muito na próxima competição.

“Há uns anos éramos os ‘outsiders’, mas, depois, foram percebendo que Portugal é um país com muita qualidade e tem vindo a crescer muito. É fruto do nosso trabalho, mas estava a ser difícil demonstrar. E isso é muito bom para nós, mas não podemos viver do passado, temos de o demonstrar dia a dia”, rematou.

Portugal cumpre o estágio de preparação em Rio Maior até sábado, voltando a concentra-se na terça-feira, para rumar à Alemanha, onde vai defrontar, em jogos particulares a seleção germânica, em Flensburg, no dia 04, e em Kiel, dois dias depois.