Portugal ambiciona estar na final do Mundial e do Europeu de andebol em cadeira de rodas, que pela primeira vez se realizam em conjunto, entre 18 e 20 de novembro, em Leiria, afirmou hoje o selecionador nacional.
Na apresentação das competições, Danilo Ferreira assumiu algum favoritismo da equipa nacional, campeã europeia em 2018 e vice-campeã da Europa em 2019, e prometeu tentar comprovar o porquê da equipa lusa estar “na vanguarda da modalidade”.
“Portugal tem estado sempre em todas as finais. Vamos tentar lutar para estar em mais uma, para não fugir à regra. Vamos lutar do primeiro ao último segundo. Se o fizermos, certamente teremos sucesso”, sublinhou o selecionador.
Danilo Ferreira admitiu que os jogadores demonstram atualmente “ansiedade para que comece” a competição.
“Temos de tentar gerir da melhor forma para que isso depois não atrapalhe”, disse, anunciando que a convocatória será divulgada na quinta-feira, entrando depois Portugal em estágio no dia 14 de novembro.
A equipa está “num bom momento”, pelo menos “se servir de barómetro o torneio internacional” que Portugal ganhou em julho, “com França, Espanha e Bélgica”, recordou o selecionador.
“O maior desafio é o facto de não conhecermos alguns destes adversários”, casos da Índia ou do Paquistão, que estão entre as nove seleções que vão competir em Leiria, pelo que é necessário “alguma cautela nas avaliações feitas pelo Internet”.
Ainda assim, Danilo Ferreira foi claro: “Se estivermos ao nosso nível, não é fácil ganhar a Portugal”.
No Mundial e Europeu, vão participar as seleções de Espanha, Roménia, Hungria, Noruega, Países Baixos, Croácia, Paquistão, Índia e Portugal, divididos em dois grupos.
É a primeira vez que as duas competições internacionais de andebol em cadeira de rodas se realizam em simultâneo e, por isso, o presidente da Federação de Andebol de Portugal, Miguel Laranjeiro, considera que se está a “fazer história em Leiria”.
“É um processo que, ao nível dos comités internacionais de consideração do andebol em cadeira de rodas como modalidade paralímpica, é necessário. Nos próximos anos, vamos ter um conjunto de realizações continentais e internacionais e este é o primeiro”, destacou.
Portugal, assumindo a organização, quer “estar na linha da frente”.
“Para o caso de existir a oportunidade de integrar o programa paralímpico, Portugal quer estar lá. É uma estratégia de médio/longo prazo e nós queremos começar [o trajeto] e estar lá. Portugal é uma referência e é requisitado para reuniões e formações por outros países, porque reconhecem que estamos à frente”, realçou Miguel Laranjeiro.
Contudo, o coordenador do projeto da federação, Andebol4All, Joaquim Escada, receia que, com a pandemia, haja um atraso de quatro anos para a integração do andebol em cadeira de rodas nos paralímpicos.
“Pode eventualmente, entre o IPC [Comité Paralímpico Internacional] e a IHF [Federação Internacional de Andebol], poder ser ultrapassada essa questão. Estava previsto ser [modalidade] experiência em 2024, em Paris, e obter a integração em 2028, em Los Angeles. Mas temos algumas dúvidas nessa matéria”, concluiu.
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