A Polónia reforçou hoje a sua posição de liderança nos Europeus de atletismo, em Berlim, com nova vitória no setor de lançamentos, a terceira em dois dias, agora através de Paulina Guba, no lançamento do peso feminino.

Portugal sai do Olímpico de Berlim, neste terceiro dia de provas, com sentimentos mistos, 'temperados' pela deceção que foi a eliminação da campeã europeia do triplo, Patrícia Mamona, a par das desistências de Sara Moreira e Inês Monteiro nos 10.000 metros, mas também pela franca superação dos quatrocentistas - Vítor Ricardo Santos é o primeiro finalista luso de sempre, com recorde nacional de novo, e Cátia Azevedo passou sem problemas às meias-finais.

Depois de já terem conquistado o ouro no martelo e peso masculinos, os polacos rejubilaram com a surpresa do triunfo de Guba, com o lançamento de 19,33 metros a surpreender, por 14 centímetros, a favorita Christina Schwanitz, que ainda por cima 'jogava em casa'.

Com este sucesso, a Polónia é o primeiro país a chegar aos três ouros em Berlim, seguida pela Grã-Bretanha, que dominou nos hectómetros de terça-feira.

Outra surpresa, nos lançamentos, foi o triunfo de Andrius Gudzius, da Lituânia, mesmo na última ronda do disco, a passar o até então comandante Daniel Stahl, da Suécia - 68,46 metros contra 68,23.

Numa final muito aberta, a do salto em comprimento, a Grécia ganhou o ouro, através do jovem Miltiadis Tentoglou, o campeão europeu junior há três anos. Saltou 8,25, contra 8,13 do alemão Fabian Heinle.

Mas não foi só de relativos insucessos que se fez a jornada alemã, já que os muitos espetadores no Olímpico de Berlim puderam consagrar o 'homem da casa' Arthur Abele, finalmente no lugar mais alto do pódio, com 8.431 pontos, contra 8.321 do russo (aqui como individual) Ilya Shkurenyov, a quem a IAAF deu 'luz verde' para competir.

Sem qualquer surpresa, e averbando grande avanço, a israelita Lonah Chemtai Salpeter venceu nos 10.000 metros, prova que quase sempre comandou. Sob intenso calor, terminou em 31.43,29 minutos, a deixar a holandesa Susan Krumins a quase dez segundos.

Entre as portuguesas, Catarina Ribeiro foi a que terminou, em décimo, a atenuar um pouco a má imagem das desistências de Sara Moreira (mais uma vez) e Inês Monteiro. Entre as favoritas, não foi só Sara a não chegar ao fim, o mesmo sucedeu à romena Ancuta Bobocel - eram as segunda e terceira melhores marcas do ano entre as inscritas.

Quanto a Ricardo Santos, prometeu e cumpriu, apurando-se para a final dos 400 metros (uma estreia para portugueses) e de novo com recorde nacional, a par da véspera. Agora, baixou-o para 45,14 e entra na final de sexta-feira com a sétima marca entre os favoritos.

Boa nota também no setor feminino, já que Cátia Azevedo passou direta às meias-finais, com 51,84, a 20 centésimos do seu melhor e quarta marca do dia. Nas 'meias', já com as que hoje estiveram isentas, tem o 18.º tempo e dificilmente irá mais longe.

Entre as campeãs europeias que não vão defender o título está já Patrícia Mamona, 16.ª no triplo, com 13,92, no que é a sua pior prestação dos últimos anos. A heptatleta Lecabela Quaresma fez uma experiência interessante, ao ser 19.ª com 13,87, e só Susana Costa segue para a final - 10.ª com 14,17.