A atleta portuguesa Marta Pen terminou hoje a época competitiva, com a participação na Milha da Quinta Avenida em Nova Iorque, onde foi 22.ª na prova vencida por Jenny Simpson, em 04.18,38 minutos.

Num domingo de muita chuva e com temperatura a cerca de 15ºC, Pen disse à Lusa que estava “numa posição de poder ganhar a prova” no início, mas durante a corrida sentiu-se mal e teve dores abdominais, impedindo-a de competir com a campeã norte-americana, que era o maior desafio.

A atleta portuguesa, que na semana passada estabeleceu um novo recorde nacional da milha (4.22,45 minutos), lamentou o desempenho de hoje (4.36 minutos), mas disse acreditar que “não era para ser”, no entanto partilhou com a Lusa os próximos passos.

Marta Pen, que diz ter “consciência de que esta foi uma época excecional”, em que bateu cerca de 12 vezes os recordes pessoais (em pista coberta e ao ar livre, dos 400 até aos 10.000 metros), pretende continuar o trabalho com o atual treinador e encontrar as melhores oportunidades nos Estados Unidos, onde está instalada desde 2014.

Pela frente, prevê dois anos de dedicação total aos Jogos Olímpicos Tóquio2020, o que vai constituir um período “diferente”: “Vou, finalmente, ser unicamente atleta”.

Os Jogos Olímpicos de 2020 vão ser a segunda participação olímpica de Marta Pen, pelo que espera fazer muito melhor do que no Rio2016, em que não passou das eliminatórias dos 1.500 metros.

“Estamos a fazer uma preparação que me permite explorar áreas que nunca tive oportunidade, tendo em conta que estive sempre na escola”, disse Marta Pen à Lusa, acrescentando: “Vou poder experienciar coisas que nunca fiz antes, como os treinos em altitude e outros estágios de preparação”.

Quanto ao novo recorde que bateu na semana passada em Berlim, esse “é um ótimo indicador do que se vai poder passar” no futuro.

O principal foco da corredora não é conseguir recordes nacionais em todas as disciplinas, mas ultrapassar os seus recordes pessoais: Marta Pen pretende chegar aos 4.00,00 minutos nos 1.500 metros e quebrar a barreira dos dois minutos nos 800.

“Claramente, o meu grande sonho é vir a ganhar uma medalha internacional e é a isso que me agarro todos os dias”, partilhou a atleta de 25 anos.

“Ter um objetivo não significa que vamos exatamente chegar lá, mas traça-nos uma direção durante o nosso percurso”, disse a atleta, que se mostrou muito agradecida pelo apoio e confiança depositada por parte do Benfica, dos técnicos “incríveis” que tem à volta, da família e do namorado.