A portuguesa Auriol Dongmo lamentou ter ficado fora do pódio no concurso do lançamento do peso dos Mundiais de atletismo, reconhecendo que “custa mais” ter sido em igualdade com a chinesa Gong Lijiao, terceira classificada.

A lançadora do Sporting, de 33 anos, conseguiu 19,69 no quarto lançamento, tal como Gong Lijiao, quando já tinha lançado o engenho a 19,63, no segundo ensaio, que acabou por ser decisivo e insuficiente face aos 19,67 da chinesa, na quinta tentativa.

Foram quatro centímetros que afastaram Dongmo do pódio, numa competição dominada pela norte-americana Chase Ealey, que revalidou o título conquistado em Oregon2022, com 20,43, um dos três lançamentos acima dos 20 metros que protagonizou, à frente da canadiana Sarah Mitton, segunda classificada, com 20,08.

“Custa mais porque não é a primeira vez. E agora foi mesmo um resultado igual, não é uma coisa fácil, mas é o que me motiva para continuar a trabalhar para fazer mais”, afirmou Dongmo, em declarações à agência Lusa, na zona mista do Centro Nacional de Atletismo, na capital húngara.

A portuguesa aludia ao ‘desaire’ nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, disputados em 2021, nos quais também ficou em quarto lugar, então a cinco centímetros da neozelandesa Valerei Adams.

Auriol Dongmo foi a 28.ª e última portuguesa a disputar os 19.ºs Mundiais, depois de, na qualificação ter assumido a responsabilidade de conquistar uma medalha, admitiu, também, a desilusão.

“Eu vim a pensar que podia fazer mais, mesmo com o objetivo de ir ao pódio. Não funcionou, estou muito triste, não posso esconder. Eu também senti que podia fazer mais, mas agora não há nada a fazer, é olhar para a frente e continuar a trabalhar”, referiu.

Dongmo, campeã do mundo e da Europa em pista coberta, melhorou o quinto lugar alcançado em Oregon2023, naquela que é a melhor classificação de sempre de Portugal em lançamentos, mas sentiu-se derrotada no duelo com Lijiao, que conquistou a medalha de bronze pela quarta vez, depois de Berlim2009, Daegu2011 e Moscovo2013 e de se ter sagrado campeã em Londres2017 e Doha2019 e ‘vice’ em Pequim2015 e Oregon2022.

“Claro que custa mais. Neste tipo de competição temos seis lançamentos e até acabarmos os seis lançamentos não acaba. Desta vez consegui ficar focada, não desistir, mas acabei no quarto lugar… agora é andar para a frente”, reforçou.

Apesar de longe do seu recorde pessoal (20,43), Dongmo aproximou-se da melhor marca do ano (19,76), acreditando que o seu sexto ensaio teria sido melhor, e valido o bronze.

“No último lançamento consegui, mas o juiz diz que foi nulo. Eu não senti que tivesse sido, toquei com a perna, mas não senti, não posso fazer nada”, lastimou.

Mesmo assim, a lançadora portuguesa conseguiu a melhor classificação da seleção portuguesa em Budapeste2023, naquele que é também o seu melhor resultado em Mundiais, depois do quinto lugar em Oregon2022 e da 20.ª posição em Pequim2015, ainda como camaronesa.

Apenas Liliana Cá, com o oitavo lugar no lançamento do disco, conseguiu uma posição de finalista, apesar de Tiago Luís Pereira, no triplo salto, e Isaac Nader, nos 1.500 metros, terem disputado as finais, terminando-as nos 11.º e 12.º lugares, respetivamente, enquanto Ana Cabecinha foi nona, nos 20 km marcha, com marca de qualificação olímpica para Paris2024.