O treinador de Patrícia Mamona, José Uva, lembrou hoje que a campeã europeia do triplo salto em pista coberta podia não ter conseguido participar no Europeu, com a covid-19 a limitar a participação em eventos de qualificação.
Mamona, que conquistou em Torun, na Polónia, um de três ouros portugueses (Auriol Dongmo e Pedro Pichardo foram os outros), testou positivo à covid-19 em 20 de janeiro.
Depois de 10 dias de paragem, e de vários sintomas, da perda do paladar e do olfato a “fortes dores musculares” que a deixavam, em alguns dias, “sem sair da cama”, o regresso aos treinos foi gradual.
Um protocolo de regresso progressivo de 17 dias, explicou José Uva, durante uma sessão organizada pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) com vários treinadores de seleções nacionais a caminho de Tóquio2020, foi ‘encurtado’ para apenas sete, porque se não “estraga a época toda”.
“Fomos de forma bastante conservadora e cuidadosos, com treinos típicos de quando a Patrícia tinha 12 anos”, esclareceu.
Mais tarde, e de regresso à forma, testes à covid-19 com resultados inconclusivos iam pondo em causa a qualificação para Torun, o último impedindo o voo para Madrid, para o ‘meeting’ na capital espanhola, no último dia para a qualificação para o Campeonato da Europa.
“Os treinadores são teimosos, então fomos de carro para Madrid”, revela, com a atleta a conseguir então o 'passaporte' para o campeonato tão desejado, já depois de ter competido nos Campeonatos de Portugal.
Em 07 de março, Mamona brilhou em Torun, com um salto de 14,53 metros, novo recorde nacional em pista coberta, conseguindo a quarta medalha em grandes campeonatos aos 32 anos.
A mesa redonda promovida pelo COP, por via telemática, decorreu sob o tema “Preparação específica para Tóquio2020 em diferentes modalidades”, com os treinadores Ana Hormigo (judo), João Abrantes (atletismo), Carlos Cruchinho (natação) e Rui Fernandes (Canoagem).
Os técnicos expuseram os diferentes métodos de planificação, periodização e gestão da preparação de atletas a caminho dos Jogos, que Rui Fernandes classificou como “não os mais difíceis de sempre, mas andam lá perto”.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, depois de terem sido adiados devido à pandemia de covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.630.768 mortos no mundo, resultantes de mais de 118,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.650 pessoas dos 813.152 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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