Pedro Pichardo quer ser campeão do triplo salto logo na sua estreia olímpica, mas para isso acontecer está consciente de que terá de "saltar mais de 18 metros" em Tóquio, este verão.

Em entrevista à BTV, o triplista português, de 27 anos, reiterou que esse é o grande objetivo do ano: "ganhar, trazer a medalha, para dar uma alegria ao país. É para isso que trabalhámos sempre, desde há quatro anos".

"Sinto que vai ser a prova mais importante do ano, mesmo da minha carreira. Vai ser a minha estreia olímpica, nunca participei... vai ser uma emoção muito forte", explicou o atleta, nascido em Cuba e naturalizado português há quatro anos.

Nas instalações da Pista de Atletismo de Setúbal, a que tem livre acesso, tem feito o possível por minorar as limitações de treino decorrentes da pandemia de covid-19 e os últimos tempos têm sido, juntamente com o treinador e pai (Jorge Pichardo), muito dedicados à identificação de "erros" e "pormenores a melhorar".

"Aproveitámos muito para trabalhar nos erros que aconteceram no ano passado", refere. A ideia é mesmo "fazer uma grande prova" em Tóquio", com o "mínimo de erros possível".

Pichardo garante que em pista coberta, nos treinos, já "estava a valer" 17,70 metros, um resultado que acabou por não conseguir nos Europeus de Torun. Ainda assim, foi facilmente campeão, para a primeira grande medalha como português.

Recorda que se emocionou com o telefonema de parabéns do Presidente da República e de como isso contrastou com os seus primeiros sucessos, por Cuba: "Nunca tinha recebido um reconhecimento tão grande pelo meu trabalho".

Em Setúbal, para onde foi viver, tem acesso facilitado à Pista de Atletismo - "o meu pai tem a chave" - e a uma sala de musculação que foi equipada pelo Benfica. Acresce a isso um "ambiente familiar perfeito", com a mulher, atleta cubana, e a filha, já nascida por cá.

Pichardo agradece ao clube, à autarquia e à Federação Portuguesa de Atletismo a conjugação de esforços para as "condições perfeitas" e promete corresponder com resultados.

"Na minha cabeça, não pode haver nada de negativo. Tenho de apanhar o lado positivo, sempre", adianta o saltador, que ainda não se considera "um grande atleta", mas que está "no caminho para isso".

Por outro lado, o corte com Cuba é perfeitamente assumido. "Não tenho vontade de regressar. Magoaram-me muito, eles é que fizeram com que me fosse desprendendo do país", adianta.

Para 2021, e antes do culminar de época nos Jogos Olímpicos, confirma um calendário recheado de provas, com o Nacional de Clubes, a Superliga e todos os 'meetings' da Liga Diamante.