O presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), John Fahey, reagiu hoje à confissão do uso de doping por parte de Lance Armstrong, referindo que não trouxe nada de novo.

Fahey definiu a confissão como um ato «controlado de relações públicas» e que o ciclista norte-americano se limitou a confirmar na entrevista a Oprah Winfrey detalhes que já eram do conhecimento público.

«Do meu ponto de vista não há nada de novo. Tudo o que ele fez foi confirmar o que a Agência Antidopagem do Estados Unidos tinha relvado há uns meses, de forma substancial e irrefutável», considerou o presidente da AMA.

O dirigente reconheceu que Lance Armstrong tinha vindo a negar os factos, mas que havia poucas dúvidas de que usara substâncias proibidas, e que a escolha para o revelar não deveria ter sido nesta entrevista.

«Num tribunal apropriado, onde deveria apontar nomes, falar dos dirigentes, da estrutura, de quem fornecia as drogas, quando, onde, e quais os ciclistas envolvidos», criticou Fahey.

O responsável da AMA clarificou ainda que o organismo não faz parte de qualquer comissão independente da União Ciclista Internacional (UCI) no caso Armstrong, referindo que esta parece preocupada em ilibar a sua parte.

«Parecem-me focados em absolver qualquer papel da UCI com Armstrong. Nunca chegaram ao pé de nós para discutirmos quaisquer termos ou receberem quaisquer conselhos», acrescentou.

Fahey continuou as críticas, dizendo que não acredita que a UCI seja sincera ao querer «limpar» o seu desporto e quando o faz de forma isolada, o que para o presidente da AMA significa que «não leva a nenhum lado».