O ciclista holandês Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) aceitou o castigo de nove meses pelo acidente com o compatriota Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep) na Volta à Polónia, considerando-o “uma página negra” na sua carreira.
Num comunicado da equipa Jumbo-Visma, Groenewegen garantiu que "o acidente na primeira etapa da Volta a Polónia será para sempre uma página negra" na sua carreira, assumindo que se desviou da sua linha no ‘sprint’, causando uma queda grave a Jakobsen, que chegou a estar em coma.
Dylan Groenewegen foi hoje suspenso por nove meses pela União Ciclista Internacional (UCI) por ter provocado a violenta queda ao seu compatriota e apenas poderá regressar à estrada em maio de 2021.
"Concluir o processo disciplinar põe fim à incerteza. Dá-me a oportunidade de olhar em frente de novo. Estou feliz com isso, mesmo que 07 de maio ainda esteja muito longe", referiu o holandês, agradecendo o apoio da equipa.
Esperando que esta seja "uma lição para todos os 'sprinters'", Groenewegen, de 27 anos, revelou que tem acompanhado "de perto" as notícias da recuperação de Jakobsen.
"Apenas posso esperar que um dia ele possa regressar completamente", assumiu o ciclista da Jumbo-Visma, que após o acidente tinha sido suspenso pela equipa.
O diretor da equipa, Richard Plugge, disse estar "aliviado" pelo fim do processo disciplinar, pois dá uma nova perspetiva e termina com a incerteza.
Em comunicado, a federação internacional precisa que Groenewegen reconheceu ter “desviado a trajetória” do ‘sprint’ e ter infringido as normas da UCI, na primeira etapa da Volta a Polónia, disputada em 05 de agosto.
“O corredor colaborou com a investigação e aceitou cumprir um período de suspensão até 07 de maio de 2021, correspondente a um período de nove meses desde a data do incidente. O ciclista também aceitou participar em atividades em benefício da comunidade velocipédica”, lê-se na nota.
A UCI justifica a sua inédita decisão – é a mais pesada sanção aplicada a um corredor sem ser por doping – com a “importância de agir neste tipo de incidentes de um ponto de vista disciplinar, de forma consistente” e de continuar a trabalhar para melhorar a segurança na estrada.
Após a queda, o jovem holandês, agora com 24 anos, ficou em estado grave e foi mesmo colocado em coma induzido pelos médicos, após ter embatido com o rosto nas baias de ferro que ladeavam a chegada à meta.
Jakobsen perdeu todos os dentes, à exceção de um, e teve de levar 130 pontos na face. Posteriormente, foi operado para reconstrução do rosto, tendo-lhe sido retirado um osso da zona pélvica para ser colocado nos maxilares.
Na semana passada, o ciclista da Deceuninck-QuickStep partilhou nas redes sociais uma fotografia em que se podem ver instrumentos cirúrgicos e os pontos retirados do seu rosto, dando conta que espera voltar aos treinos ainda este ano.
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