O presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal rejeitou qualquer ligação entre a apresentação esta quarta-feira dos resultados anuais do combate ao doping e o início, também hoje, da Volta a Portugal em bicicleta, considerando que se trata de «coincidência».
«Houve muitas peripécias este ano - incluindo a mudança do secretário de Estado - e muitos problemas. Estes resultados costumam ser apresentados em finais de março, início de abril, mas este ano só foi possível apresentá-los hoje», explicou Luís Horta à margem da apresentação dos resultados de 2012 do Programa Nacional Antidopagem.
«Nada tem a ver com isso [o início da Volta a Portugal]. É uma pura coincidência», sublinhou o presidente da ADoP, ressalvando que "o ciclismo em Portugal é uma modalidade exemplar à forma como ajuda" a autoridade antidopagem nacional.
O ciclismo, tanto a nível mundial como em Portugal, tem sido abalado por várias polémicas relacionadas com infrações às regras antidopagem. O caso mais mediático a nível global foi o da Volta a França (no final do qual sete títulos na prova foram retirados ao norte-americano Lance Armstrong), enquanto a nível nacional o mais recente foi o do ciclista Sérgio Ribeiro, suspenso por 12 anos.
As estatísticas da ADoP apresentadas hoje indicam que o número de violações antidopagem mais do que duplicou face a 2011 (passando de 43 casos para 88 em 2012). No ciclismo foram identificadas 11 violações às normas antidopagem no ano passado (das quais 10 casos positivos de doping).
Em 2011 apenas tinham sido registadas três violações às normas no ciclismo em Portugal.
No que toca à amostragem, a modalidade do ciclismo representou 437 amostras de um total de 3.460, entre as quais 103 para deteção da substância Eritropoietina (EPO)
A ADoP também divulgou que existem em Portugal 125 atletas de ciclismo inscritos na estratégia do Passaporte Biológico (de um total de 241 em todas as modalidades).
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