O presidente da União Ciclista Internacional (UCI), David Lappartient, pediu hoje às equipas que vão participar no Tour para "não relaxarem um só segundo" face à ameaça da covid-19, antes do início da corrida, no sábado, em Nice.

"Não existe risco zero, é preciso estar vigilante em todos os momentos, para não relaxar um só segundo", avisou o responsável máximo da UCI, após a Lotto Soudal, uma das 22 equipas inscritas na prova, ter anunciado que enviou para casa quatro membros do seu ‘staff’ - dois casos "não negativos" e dois casos de contacto com as pessoas infetadas.

O dirigente francês realçou ainda que todos os elementos das equipas, desde o diretor desportivo, ao motorista, ao cozinheiro e ao massagista, devem ter cuidados e usar máscara, algo que os ciclistas também devem fazer, à exceção dos momentos em que estão a correr.

Segundo a última versão do protocolo da UCI, as equipas presentes no Tour devem abandonar a competição se pelo menos dois corredores testarem positivo para a covid-19, num período de sete dias.

"Não é impossível que algumas equipas não terminem [a prova]. Mas, se se respeitarem as regras, isso não deve acontecer", admitiu David Lappartient.

O líder federativo realçou ainda que "a decisão final" relativamente ao novo coronavírus "cabe às autoridades sanitárias francesas", tendo sublinhado que "as leis e os regulamentos nacionais têm um valor superior às regras da UCI".

A 107.ª edição do Tour estava prevista para o período entre 27 de junho e 19 de julho, mas vai decorrer entre 29 de agosto e 20 de setembro, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 832 mil mortos e infetou mais de 24,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (41.486 mortos, mais de 330 mil casos), seguindo-se Itália (35.472 mortos, mais de 265 mil casos), França (30.596 mortos, mais de 267 mil casos) e Espanha (29.011 mortos, mais de 439 mil casos).