Wout van Aert mostrou-se dececionado por ser novamente segundo na geral da Volta a França em bicicleta, atrás do inesperado vencedor do contrarrelógio, o belga Yves Lampaert, mas acredita que é possível vestir a amarela nos próximos dias.

“Obviamente, estou desiludido. Outra vez segundo! É frustrante, mas, com as bonificações, é possível chegar à camisola amarela nos próximos dias. Havia uma possibilidade hoje, é uma pena”, lamentou o belga da Jumbo-Visma, pela sétima vez ‘vice’ na geral do Tour.

Van Aert, que perdeu a primeira etapa, e a respetiva amarela, para Yves Lampaert ((Quick-Step Alpha Vinyl) por cinco segundos, revelou que estava “concentrado no contrarrelógio”, e que agora é “preciso mudar o ‘chip’ rapidamente”.

Ao contrário do belga de 27 anos, o dorsal número um, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), estava contente com o seu terceiro lugar, a sete segundos do camisola amarela.

“Estou confiante, satisfeito com a minha prestação, mesmo que tenha sido renhido. Para mim, é um dos meus melhores arranques na Volta a França. Para já, estou contente por ter a camisola branca” de melhor jovem, declarou o jovem de 23 anos, que venceu as duas únicas edições em que participou.

Pogacar considerou ter feito “um excelente contrarrelógio de abertura da Volta a França”: “Apesar das más condições meteorológicas, adorei o público, que foi muito entusiasta e levou-me a dar o melhor de mim mesmo e desfrutar da jornada. Tive algum medo nas viragens, pelo que não corri riscos. Estou muito contente com o meu ‘crono’, é perfeito para a classificação geral”.

O naturalmente otimista ‘Pogi’ foi o único a encontrar aspetos positivos na derrota em Copenhaga, com o italiano Filippo Ganna (INEOS) a relevar que furou.

“É verdade, furei, não sei onde, mas penso que não perdi por isso. Tenho de ser honesto, estava demasiado concentrado na dor nas minhas pernas para saber onde furei. Enquanto nas retas pude expressar o meu poderio de forma constante, não me senti à vontade nas viragens”, reconheceu o bicampeão mundial de contrarrelógio.

Principal favorito para a etapa de hoje, Ganna, de 25 anos, que venceu todos os contrarrelógios (cinco) que disputou na Volta a Itália, foi apenas quarto, a 10 segundos do vencedor.

“Escolhemos, como quase todos os grandes nomes, de sair cedo para evitar a chuva e, afinal, choveu no início e depois praticamente parou. Mas não há desculpas, outros foram melhores do que eu hoje”, concluiu.

Também Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix) não teve “as pernas” que gostava de ter tido e foi quinto, a 13 segundos de Lampaert.

“Havia forma de ter feito melhor hoje. A diferença não foi muito grande, o que abre perspetivas para as próximas etapas”, antecipou.

Já o sétimo classificado, o ciclista da ‘casa’ Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), estava contente com o resultado, depois de não ter “corrido muitos riscos”.

“Estava muito escorregadio e escorreguei muitas vezes. Por isso, estou contente por não ter caído. Não perdi muito tempo, estou satisfeito. Estou a desfrutar de cada dia aqui, é fantástico. Muita gente me encorajou”, disse o vice-campeão do Tour2021, que perdeu 15 segundos para Lampaert e ficou um segundo e um lugar à frente do seu co-líder, Primoz Roglic.