O ciclista português Jóni Brandão criticou hoje a decisão de cancelar a subida à Torre na quarta etapa da Volta a Portugal, com o espanhol Vicente García de Mateos a compreender a atitude da organização.
“Isso é uma coisa que também não entendo. Se calhar amanhã [domingo] também não vou estar à partida nesta Volta a Portugal. Tivemos três dias em que tivemos de andar debaixo de calor, depois, quando se chega à etapa mais dura da Volta a Portugal, abdica-se da Torre”, disse o ciclista do Sporting-Tavira.
Atualmente na terceira posição da geral, a 40 segundos do líder, o espanhol Raul Alarcon, Jóni Brandão diz que “se calhar convém a algumas equipas” o cancelamento da subida à Torre, anunciado hoje pela organização, que justifica a decisão com a defesa dos ciclistas.
“Ainda hoje esteve um calor que não se aguentava e tivemos de fazer a etapa toda. E porque não fazemos a etapa toda amanhã [domingo]? Porque é que vai haver uma exceção amanhã. Para haver uma exceção tinha de haver na Volta toda, não só numa etapa e, neste caso, a etapa mais dura”, afirmou.
Vicente García de Mateos, segundo posicionado da geral, a 28 segundos da liderança, considera que a decisão é para o bem da saúde dos corredores.
“Não tenho nada que dizer sobre isso. Acho que é para o nosso bem, pela nossa saúde e vamos respeitar essa decisão, porque é para o bem de todos os ciclistas”, afirmou o espanhol da Aviludo-Louletano.
O diretor desportivo da equipa algarvia, Jorge Piedade, afirmou que esta decisão “vai beneficiar alguns, prejudicar outros, mas o resultado vai quase todo dar ao mesmo”.
“Mas é bonito a Volta a Portugal passar na Torre, era uma etapa mítica, assim tira-se alguma beleza à Volta a Portugal”, afirmou Piedade, que acrescentou que para García de Mateos “quando mais duro o percurso melhor”.
Questionado sobre o assunto, Raúl Alarcón disse que ainda não conhecia a decisão e que foi apanhado de surpresa, mas que se foi para defender os ciclistas "está bem".
A quarta etapa da Volta a Portugal em bicicleta, que se diputa no domingo, não vai passar na Torre, devido às condições climatéricas e para defender os atletas, anunciou hoje a organização.
Em comunicado, a organização refere que, "atendendo às altas temperaturas que continuam a registar-se e aos elevados níveis de cansaço do pelotão provocados pelo calor", foi decidido "reduzir o índice de dificuldade da etapa 'rainha', eliminando 27 quilómetros".
A etapa, que liga a Guarda às Penhas da Saúde, tinha inicialmente 171,4 quilómetros e vai agora ter 144,3, deixando de ter a passagem da Torre, que será substituída pela subida às Penhas Douradas, voltando a corrida ao percurso original na zona de Manteigas.
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