Michał Kwiatkowski descobriu a ‘estrela’ da sorte na Volta ao Algarve de 2014, levou-a até Ponferrada para sagrar-se campeão do mundo de ciclismo, mas agora, de ‘arco-íris’ vestido, confessa não estar preparado para repetir o triunfo na ‘Algarvia’.

Primeiro dia da 41.ª Volta ao Algarve, que arrancou hoje em Lagos, primeiro contacto do jovem ciclista polaco com a responsabilidade de defender um triunfo, conquistado sob aplauso mundial há um ano, no sul do país, batendo, nem mais nem menos, do que Alberto Contador.

“No ano passado, estava em grande forma. Foi muito bom ganhar a primeira prova por etapas da minha carreira. É claro que me deu sorte para o resto da época. É bom estar de volta aqui. Venho à Volta ao Algarve desde 2012, é sempre uma prova bem organizada e é uma boa preparação para as clássicas e para o início da época”, disse à Agência Lusa.

O jeito tímido mantém-se, a disponibilidade também, mas o ‘miúdo’ que em 2014 subiu ao pódio final vestido de amarelo cresceu em confiança, sem, contudo, acusar o estrelato que o arco-íris de campeão do mundo de fundo lhe proporcionou.

“É logico que é diferente estar no Algarve com esta camisola. É ‘cool’ ter esta camisola, as pessoas reconhecem-me mais, apoiam-me mais do que no ano passado. Dá-me mais força nas pernas”, confessou, entre sorrisos.

Aos 24 anos, o ciclista da Etixx-QuickStep é um dos talentos maiores de um pelotão a despontar. Ele sabe-o e não teme o estatuto, nem a suposta maldição inerente às novas cores que enverga na estrada. Talvez por isso, recusa-se a alimentar uma esperança que, sabe, as suas pernas não poderão suportar.

“Penso que estou na direção correta, mas tendo em conta a primeira parte da temporada, não estou na forma do ano passado. Não penso que conseguirei defender o título”, esclareceu.

Embora não se veja vestido de amarelo em Vilamoura, no domingo, Kwiatkowski garante que a equipa belga está tão motivada como sempre. “Como equipa somos muito fortes. Estou no bom caminho, mas não para ganhar a Volta ao Algarve”, completou na conversa com a Lusa.

No fundo do pelotão, envolvido entre rostos anónimos e outros nem tanto, mesmo antes de dar as primeiras pedaladas como dorsal número ‘1’ da 41.ª edição, o polaco só teve tempo de escolher dois favoritos para lhe suceder no trono da ‘Algarvia’.

“O Tony Martin já ganhou duas vezes aqui, temos o Richie Porte este ano. Esses são os principais candidatos à geral individual”, disse, antes de acelerar rumo à primeira etapa, que vai terminar em Albufeira, cerca das 15:00.