Num jogo que se esperava histórico, mas que acabou por não bater o recorde de espectadores de uma partida de futsal, Portugal perdeu na madrugada desta quarta-feira por 2-1 com o Brasil num particular disputado na Arena Castelão, em Fortaleza. Xuxa e Tiago marcaram os golos dos canarinhos, enquanto Cardinal reduziu para o cinco luso.

Primeira parte

A seleção portuguesa pareceu algo nervosa nos primeiros minutos da partida, e o domínio de jogo foi de pronto assumido por um Brasil que fez da velocidade do seu carrossel e da sua técnica as suas principais armas.

Foi nessa toada, perante uma equipa lusa mais recuada, que a seleção brasileira chegou ao golo por Xuxa. Simi bateu o canto e Xuxa (5') apareceu a rematar vindo de trás abrindo o ativo na Arena Castelão, num golo em que o guarda-redes Bebé parece não ficar totalmente isento de culpas.

Era tempo de Portugal reagir, mas o que se assistiu foi uma equipa a correr atrás do jogo adversário. Perante as dificuldades em jogar de forma apoiada, o cinco luso refugiava-se nos passes longos para a sua referência como pivot: Cardinal. Porém, sem oportunidades claras e só alguns remates mais distantes tentavam importunar Tiago.

O Brasil respondeu com mais um golo e desta feita através do seu guarda-redes. Tiago passou a linha de meio campo, puxou a bola e, quando os jogadores portugueses se aperceberam da sua intenção tentaram fechar-lhe os caminhos, mas a bola partiu e só terminou no fundo da baliza. Estava feito o 2-0.

Só nos últimos cinco minutos da etapa inicial, a tendência do jogo pareceu alterar-se. Portugal conseguiu finalmente pôr mais calma no seu jogo e aos poucos foi entrando nos 10 metros defensivos brasileiros. Fábio Cecílio atirou para defesa de Tiago e, pouco depois, Bruno Coelho protagonizaria a melhor oportunidade lusa com um remate que só foi travado pelo poste da baliza canarinha.

Segunda parte

Na segunda parte, a equipa das quinas deixou uma imagem completamente diferente. Se num primeiro momento o recém-entrado Vítor Hugo fez três defesas, a verdade é que tudo mudou logo a seguir.

A equipa de Jorge Braz saiu do colete de forças que até aí estava montado pelo adversário e começou a conseguir chegar com verdadeiro perigo à área adversária.

Aos 33 minutos, o golo que Portugal já merecia, chegou. Ricardinho cobrou a reposição lateral e Cardinal surgiu na área a empurrar para o 2-1. Era tempo de procurar o empate e o pivot, que apareceu bem nesta segunda parte, atirou um minuto depois para uma grande defesa de Tiago, sendo negado o empate.

Dava mais Portugal nesta fase, mas o Brasil podia ter-se afastado no marcador quando Falcão beneficiou de um livre de 10 metros. A verdade é que Vítor Hugo opôs-se bem com uma defesa.

Ficou a sensação que o selecionador Jorge Braz poderia ter apostado mais cedo na utilização da estratégia do guarda-redes avançado para forçar o Brasil a recuar. Isso acabou por acontecer a apenas um minuto do final e sem efeitos práticos.

Deste modo, o Brasil vence Portugal por 2-1, e prolonga para vinte o número de jogos disputados entre as duas seleções, sem que os lusos contem com qualquer vitória.

No duelo particular entre Ricardinho e Falcão, o português sobressaiu mais, principalmente na segunda parte, contudo convém não esquecer que o brasileiro vem de lesão prolongada e ainda procura a melhor forma. Nota ainda para as estreias de Anilton e Miguel Ângelo que neste jogo tiveram a oportunidade somar a sua primeira internacionalização.

Ficha de jogo

BRASIL: Tiago, Valdin, Simi, Xuxa e Neto.
Jogaram ainda: Falcão (cap.), Gadeia, Betão, Rodrigo, Dieguinho, Jackson, Cabreúva e Ciço.
Suplente não utilizado: Guita.
Treinador: Sérgio Schiochet.
Golos: Xuxa (5’) e Tiago (9’).

PORTUGAL: Bebé, João Matos, Pedro Cary, Ricardinho e Cardinal.
Jogaram ainda: Bruno Coelho, Arnaldo (cap.), Djô, Miguel Ângelo, Fábio Cecílio e Tiago Brito, Vítor Hugo, Anilton e Mário Freitas.
Treinador: Jorge Braz.
Golos: Cardinal (33’).
Disciplina: Cartão amarelo exibido a Djô (30’) e a Miguel Ângelo (31’).