2021 marcará para sempre o futsal nacional. Depois do inédito título europeu, Portugal subiu ao topo do mundo ao sagrar-se campeão mundial pela primeira vez, afirmando-se assim como uma das maiores potências da modalidade. Na última década, o nosso país conseguiu ter o melhor jogador do mundo, e ser campeão europeu a nível de clubes em mais do que uma ocasião.
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"Não sei se em Portugal têm noção do feito que o Sporting alcançou hoje". Estas palavras foram proferidas por Nuno Dias, o timoneiro da conquista da segunda Liga dos Campeões de futsal do Sporting. O treinador lembrava assim a importância do feito, num ano em que os leões eliminaram o campeão russo, espanhol e europeu. O Sporting chegava ao seu segundo título máximo europeu na modalidade, depois de derrubarem o campeão da Europa em título Barcelona por 4-3, em Zadar, na Croácia.
Antes disso os verdes e brancos tinham derrotado o campeão do Cazaquistão, KPRF nos quartos-de-final e o campeão de Espanha, Inter Movistar nas meias-finais. A caminhada para a glória final não poderia ter sido mais épica, culminando com o triunfo histórico na final da Liga dos Campeões de futsal.
Acabou por ser com uma reviravolta épica que os leões deram a volta ao marcador e somaram assim o seu segundo título europeu das últimas três épocas.
Os campeões europeus iniciaram o jogo a vencer por dois golos - depois dos tentos de Marcênio e Ximbinha, e tudo fazia antever que poderia estar de novo à porta o triunfo para os espanhóis. Contudo, o desperdício na primeira parte acabou por deixar o jogo em aberto depois de três remates aos ferros da equipa espanhola.
Na segunda parte, os lusos reapareceram na quadra 'com outra cara' e o empate surgiu graças aos tentos de Zicky Té e Erick. João Matos colocou pela primeira vez o Sporting na frente numa recarga certeira. Com o Barcelona balanceado na frente, e com o risco total, com o 5x4, o Sporting chegou ao 4-2, com um golo de Pany Varela.
Ferrão ainda reduziu para a equipa catalã, mas o título já não fugiria à equipa portuguesa que agarrou o segundo troféu da sua história, isto depois do Benfica também ter levantado o troféu em 2010.
Os verdes e brancos subiram ao terceiro lugar do 'ranking' de vencedores. Contam agora com as mesmas duas conquistas do emblema cazaque e dos espanhóis do Playas de Castellón. O Sporting é apenas superado em títulos pelo Barcelona, que tem três troféus, e pelo recordista Inter Movistar, que soma cinco.
O Mundial inédito em ano de despedida de Ricardinho
Três anos depois da glória europeia no Campeonato da Europa em 2018, Portugal conquistou o título mais importante do futsal, com a conquista de um inédito Campeonato do Mundo.
A equipa portuguesa venceu por 2-1 a Argentina, que detinha o título, na final disputada em Kaunas, na Lituânia.
O conjunto das quinas chegou a deter uma vantagem de dois golos, graças ao ‘bis’ de Pany Varela, aos 15 e 28 minutos, mas a seleção sul-americana, que defendia o título mundial conquistado em 2016, na Colômbia, reduziu por Claudino, aos 28, e manteve a incerteza até ao fim.
A equipa da América do Sul pressionou até ao fim, com o guarda-redes adiantado, tendo ainda enviado uma bola ao ferro no último suspiro, mas este era o título de Portugal.
Portugal, que tinha como melhor resultado de sempre na competição o terceiro lugar alcançado em 2000, na Guatemala, tornou-se no quarto país a erguer o troféu, depois de Brasil, Espanha e Argentina.
Tal como Ricardinho tinha vaticinado, Portugal acabou por dançar o tango, mas cantou o fado no fim, escrevendo a página mais bonita do futsal português.
Com a equipa portuguesa a "tocar o céu" o 'capitão' disse adeus à seleção, ao cabo de 18 anos, depois de uma "caminhada quase perfeita" nos campeões da Europa e do Mundo.
Além de ter sido campeão do Mundo e da Europa, Ricardinho, de 36 anos, é o único praticante eleito por seis vezes melhor jogador de futsal do mundo (2010, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018), pelo portal Futsal Planet. O Mágico contabilizou um total de 187 jogos e 141 golos na equipa das ‘quinas’, pela qual se estreou em junho de 2003, numa vitória sobre Andorra (8-4), em Tavira.
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