O treinador da equipa de hóquei em patins do Campo de Ourique, António Sequeira, tem em mente chegar às meias-finais da Liga Europeia feminina e para isso terá de levar de vencida esta quinta-feira as espanholas do Gijón.

Em declarações à agência Lusa, António Sequeira reconhece a superioridade das adversárias, mas isso não o impede de ver mais além.

“Elas têm o favoritismo e ao mesmo tempo a pressão. Nós temos a noção disso e a consciência. Poderá ser um dos pontos a nosso favor. Espero um jogo em que elas vão atacar muito, procurar a nossa baliza e o resultado”, começou por dizer.

Nesta final a oito, onde entram também o Benfica e o Stuart Massamá, o Campo de Ourique irá medir forças esta quinta-feira com o Gijón, segundo classificado da fase regular da liga espanhola e que, em 2017/18, conquistou esta prova europeia ao vencer na final o Benfica, por 2-1 (após prolongamento). Um adversário de monta para este emblema lisboeta, que completa 99 anos de vida a 22 de dezembro.

“Será um jogo de paciência, de construção, de entreajuda e de braço de ferro. Vamos tentar contrariar as valências e as mais-valias que tenham e aproveitar as nossas oportunidades. Vamos saber defender e montar a nossa estratégia em campo para anular os pontos fortes e criar as nossas oportunidades”, afirmou.

Para Ana Marques, capitã de equipa, este vai ser um jogo “bastante difícil” e “muito renhido”, até porque o patamar técnico entre as duas equipas é diferente.

“As atletas são muito boas a nível técnico individual. O campeonato espanhol é mais competitivo. O estilo de jogo é completamente diferente daquele que praticamos em Portugal. É um hóquei mais atacante. O ritmo de ataque é completamente diferente e é isso que as torna perigosas”, explicou.

À semelhança de António Sequeira, Ana Marques coloca a tónica na união da equipa como dínamo para ombrear com as espanholas.

“Temos de estar bastante concentradas, pensando bem o que estamos a fazer é possível anular os pontos fortes delas. A entreajuda entre nós vai ser a nossa principal arma”, sustentou.

Certo é que para António Sequeira, defrontar o Gijón está longe de ser a 'fava' desta final.

“Ao mesmo tempo saiu um desafio. Conhecemos a equipa, sabemos a valia que tem e que é bastante competitiva. Nós também sabemos da nossa qualidade, com os pés assentes no chão. Queremos transformar a fava num desafio. É isto que é aliciante”, defendeu.

Em vésperas de defrontar uma equipa recheadas de estrelas, António Sequeira não tem dúvidas em realçar aquela que é a jogadora mais forte.

“A Natasha Lee. É uma atleta que tenho acompanhado. Simboliza a raça, a força e a estrutura de equipa. É o exemplo máximo do hóquei feminino. Ela é o centro daquela equipa”, realçou.

O Campo de Ourique viaja esta manhã para a Catalunha, onde defrontará esta quinta-feira o Gijón na partida inaugural da final a oito que se realiza no Pavilhão Municipal dos desportos Maria Victor, na cidade de Palau-Solità.