A Federação Portuguesa de Patinagem emitiu este sábado um comunicado no qual repudia o comportamento polémico do encontro entre França e Espanha para o Campeonato da Europa.
O organismo português acusa as seleções francesa e espanhola de contrariar "os próprios valores do desporto e da competição". "Negar competir é a antítese daquilo que deve ser a excelência das equipas, dos seus jogadores e dos seus treinadores. Ontem, as seleções nacionais de França e Espanha não aplicaram os valores de ética e fair play", pode ler-se no comunicado.
"Assumimos as nossas responsabilidades desportivas, neste Campeonato da Europa, com a mesma convicção com que repudiamos todos os comportamentos anti-desportivos que, além de impactarem negativamente no nosso desporto e na credibilidade das nossas competições, ferem a verdade e ética do desporto", acrescenta ainda a Federação Portuguesa de Patinagem.
Recorde-se que a a equipa portuguesa ficou fora do campeonato da Europa ainda antes de entrar em campo, onde bateu Andorra. Isto porque Espanha venceu a França por 3-1, num resultado que apurou as duas equipas, e num jogo que ficou marcado por um momento polémico. Marc Grau falhou de propósito um livre direto e viu o cartão azul. Na sequência a França reduziu num livre direto depois do gesto espanhol.
O comunicado da Federação Portuguesa de Patinagem:
"Depois de um jogo épico e apaixonante, que cativou as emoções de adeptos e não adeptos de hóquei em patins, o que comprova a transcendência e o quanto o desporto é sublime, assistimos a factos que contrariam os próprios valores do desporto e da competição.
Negar competir é a antítese daquilo que deve ser a excelência das equipas, dos seus jogadores e dos seus treinadores. Ontem, as seleções nacionais de França e Espanha não aplicaram os valores de ética e fair play.
Durante os cinquenta minutos, os árbitros do encontro interromperam, por duas vezes, o jogo para advertir os capitães de ambas as seleções por anti-jogo. O primeiro aviso foi realizado a 8m do final do jogo, tendo ambos os capitães sido sancionados com cartão azul a 2m do final do encontro.
Por coincidência, o capitão da seleção francesa, que acumulava dois cartões azuis antes deste jogo, ficou ontem estrategicamente no banco e sem braçadeira, protegendo-o de eventuais suspensões, em caso de novo cartão azul.
Foram ainda visíveis as opções estratégicas das equipas. Num jogo que decidia a qualificação para a final, ambas as seleções optaram por deixar de fora (na convocatória ou no tempo de jogo) alguns dos seus habituais titulares, tendo inclusive uma seleção falhado deliberadamente um livre direto, ação que foi sancionada pelo árbitro com cartão azul.
A Federação de Patinagem de Portugal esforçou-se para assegurar que o hóquei em patins europeu, ao nível das seleções, se mantivesse ativo. Agimos na defesa da modalidade, assumindo a responsabilidade de realizar os cinco torneios europeus agendados para este ano, face à indisponibilidade das outras federações em manterem os seus compromissos.
Assumimos as nossas responsabilidades desportivas, neste Campeonato da Europa, com a mesma convicção com que repudiamos todos os comportamentos anti-desportivos que, além de impactarem negativamente no nosso desporto e na credibilidade das nossas competições, ferem a verdade e ética do desporto."
Espanha, França e Portugal terminaram a fase de grupos com 10 pontos, mas o combinado luso acabou relegado para o jogo da medalha de bronze devido aos critérios de desempate.
O 54.º Campeonato da Europa de hóquei em patins termina hoje em Paredes, com a realização dos jogos que vão definir a classificação final das seis seleções participantes, após cinco jornadas.
Portugal é a seleção com mais títulos (21), seguido pela Espanha, campeã em título, com 17. A França não tem qualquer título internacional, mas vai disputar a sua sexta final de um Campeonato da Europa, o que já não acontecia há 90 anos.
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