A elaboração de um estudo de impacto económico do desporto, o lançamento do Balcão das Federações e de um manual do dirigente associativo desportivo serão as bandeiras da Confederação do Desporto de Portugal (CDP) em 2025.
O presidente do organismo, Daniel Monteiro, disse à Lusa que o primeiro ano do mandato para o quadriénio 2023-2027 “foi marcado pelo aumento da relevância e influência política da instituição”, que procurará reforçar através de um estudo de impacto económico.
“O estudo é para dar suporte à nossa capacidade de intervenção política, (...) que sustente as nossas reivindicações, do ponto de vista do financiamento e do peso que o setor deve ter em outras instituições em que o Estado ouve os seus parceiros sociais, no caso, o Conselho Económico e Social, em que o Desporto e a CDP entendem que devem estar representados”, explicou.
Daniel Monteiro, que foi eleito presidente do organismo em 20 de novembro de 2023, quer “perceber o impacto do setor do desporto no dia-a-dia da economia portuguesa”, através de um estudo que será realizado por uma consultora, em parceira com uma instituição de ensino superior.
“Isso é importante para se ter a noção clara e objetiva do que o desporto gera como retorno ao país. (...) Na realidade nacional, não temos quantificado esse valor. É importante o setor perceber o seu real peso na economia do país, para poder também exigir melhores condições e recursos”, sustentou.
A criação de um manual do dirigente associativo desportivo, para que estes “percebam quais as obrigações legais, direitos e deveres” quando iniciam funções e do Balcão das Federações, um programa de apoio às federações desportivas serão duas das principais apostas para o próximo ano.
“Nas federações desportivas temos realidades muito díspares. Temos federações que têm recursos mais elevados, com capacidade de investimento nas suas estruturas, mas temos outras que não têm essa capacidade”, explicou.
A CDP tentará centralizar a oferta de seguros desportivos a preços competitivos e de serviços de assessoria administrativa, jurídica e de comunicação gratuitas, num projeto mais abrangente, que engloba a renovação digital da própria confederação, com a reformulação dos canais digitais e lançamento de um novo site.
O reclamado “choque desportivo” ganhou impulso com a apresentação na semana passada do contrato-programa para o desporto para o período entre 2024 e 2028, que injeta 65 milhões de euros adicionais no setor e permitirá “oferecer um desporto com maior qualidade, uma base mais diversificada e alargada e com mais credibilidade”.
Num ano que ficará também marcado pela realização dos Jogos da CPLP, em Timor-Leste (a maior fatia do orçamento da instituição para 2025), Daniel Monteiro promete não desviar-se de algumas metas ambiciosas, como a duplicação do número de atletas federados, para atingir 1,5 milhões até 2030.
“Se o setor tiver os recursos certos para duplicarmos o número de praticantes desportivos em Portugal, as federações e os clubes vão conseguir entregar esses resultados ao país”, assegurou.
Comentários