O clube de canoagem Gemeses vai voltar à água na segunda-feira, com um conjunto de regras de segurança para as tripulações individuais, a menos que receba indicações em contrário por parte do Governo.

“Aí, claramente manteremos o que temos agora, que é nada. Agora achamos que face ao estado natural das coisas, na canoagem, em termos individuais – não tripulações -, um atleta está na água (…) e trata-se de um desporto totalmente individualizado, partimos do pressuposto do bom senso que o governo não vai bloquear”, explicou o presidente o clube de Esposende, Braga.

Em declarações à Lusa, João Pedro Lopes entende que “não faz qualquer sentido bloquear o acesso dos atletas à água” e que a única coisa que vai mudar é o clube permitir que os seus praticantes possam usar o seu material, “por sua livre e espontânea vontade”.

“Enquanto presidente do clube não sou dono destas crianças nem do rio. Não posso continuar a impedir que crianças, adolescentes e adultos tenham acesso à água. Se alguém quer pegar na canoa e ir para a água para treino individual. Se tem resultado ou não de competição, depois veremos”, acrescentou, descrente de que haja provas oficiais este ano.

O dirigente recordou que esse regresso contará com um conjunto de regras que praticamente tornam “inexistente” qualquer risco de contágio.

Entre outras, não vai haver treino coletivo, os balneários e o ginásio vão estar fechados, abrindo somente o acesso ao hangar onde estão os caiaques, e os atletas só entram/saem de água quando rampa de acesso estiver livre.

“É trazer alguma normalidade face ao que era a vida. O que os pais me dizem é que se for nestas condições gostavam que a vida existisse para os seus filhos”, revela.

O dirigente recorda que em breve os 11.º e 12.º anos vão voltar à escola, tal como várias classes trabalhadoras e que todos têm de estar “preparados para uma vida que terá muitas limitações no próximo ano, ano e meio”.

João Pedro Lopes entende ainda que é “muito difícil” que o campeonato nacional, previsto para 15 de agosto em Montemor-o-Velho, se realize, recordando que “são 1000 atletas em competição e também há tripulações de K2 e K4”.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 205 mil mortos e infetou cerca de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.