A Federação Internacional de Boxe (IBA) taxou de aberração a recomendação da Comissão Executiva do Comité Olímpico Internacional (COI) para que lhe seja retirado o reconhecimento olímpico, prometendo agir contra esta decisão.
“A Associação Internacional de Boxe considera que a recomendação da Comissão Executiva do COI de retirar o reconhecimento à IBA é uma aberração e puramente política, já que todos os esforços realizados pela IBA, com os seus dirigentes eleitos democraticamente, foram maioritariamente ignorados e não tidos em conta pelo COI”, defendeu a federação internacional, num comunicado publicado no seu sítio oficial na quarta-feira.
A Comissão Executiva do COI recomendou na quarta-feira a remoção do reconhecimento à IBA, já suspensa desde 2019, lançando dúvidas sobre a presença da modalidade depois de Paris2024.
A Sessão do COI, que deverá votar esta recomendação em 22 de junho, costuma ratificar as decisões da comissão, pelo que a federação perderia a capacidade de organizar torneios olímpicos de boxe e o acesso ao financiamento por esta via.
“A IBA, como sede do boxe, reserva-se o direito a tomar medidas de represália, já que o organismo, no seu estado atual, nunca reconhecerá a afirmação de que está a incumprir as normas de boa governança ou que não merece o seu lugar no movimento olímpico. A IBA nega rotundamente todas as acusações de que pôs em perigo a reputação do movimento olímpico”, vincou a federação, prometendo solicitar “uma avaliação justa a um tribunal competente”.
A Federação Internacional de Boxe está desacreditada por repetidos escândalos de arbitragem, corrupção e dívidas – e também por ter um antigo líder ligado ao crime organizado no Usbequistão -, apesar dos esforços de reforma prometidos pelo novo presidente, o russo Umar Kremlev, eleito em 2020.
Um relatório publicado na quarta-feira considera que a IBA não cumpre as condições para que lhe seja levantada a suspensão, mas também que entrou em conflito direto e “intimidação” com o COI, que tem organizado por si próprio os torneios olímpicos, quer em Tóquio2020, quer o próximo, de Paris2024.
A dependência financeira da Gazprom, gigante russo da energia, tornou-se ainda mais problemática no contexto da guerra na Ucrânia, podendo a modalidade sair do programa olímpico a partir de Los Angeles2028, cujo programa final é ratificado este ano.
Uma nova federação, a World Boxing, agrega já vários países do Ocidente, dos Estados Unidos à Suíça, e promete trazer mais membros para trazer credibilidade ao desporto.
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