Frederico Morais, o único português a vencer o circuito mundial de qualificação (WQS) da Liga Mundial de Surf (WSL), um feito conquistado hoje, realçou que esta foi a melhor maneira de terminar a temporada.
"Não podia pedir melhor maneira de terminar o ano de 2019. Foi-me difícil o final do ano passado, não estava preparado para enfrentar a descida do WCT [circuito principal], nem a lesão. Foquei-me no que queria, no tanto que queria regressar, em todos os anos que trabalhei, no meu esforço e no esforço de quem sempre esteve ao meu lado para que tudo fosse possível", sublinhou o atleta, de 27 anos, através de um comunicado enviado às redações.
'Kikas' já tinha assegurado o regresso ao circuito mundial (WCT) em 2020, ao vencer o Hawaian Pro, campeonato de 10.000 pontos do WQS, que decorreu em novembro, e, depois de terminar hoje a 57.ª e última prova do circuito de qualificação, o Vans World Cup of Surfing, também no Havai, viu confirmada a sua vitória no WQS, uma conquista inédita para o surf português.
"Tem sido o trabalho de uma vida, porque isto é a minha vida, a minha paixão. Não há sonhos impossíveis, não há metas inalcançáveis. Há mais trabalho, mais dedicação e mais vontade, o resto, a vida traz de volta", salientou o surfista do Guincho, que sucedeu ao japonês Kanoa Igarashi como vencedor do circuito de qualificação.
Este ano, Frederico Morais venceu três provas neste circuito, o Hawaiian Pro (10.000 pontos), o Azores Airline Pro (6.000) e o Pro Santa Cruz (3.000), além de ter garantido uma vaga para Portugal na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao ser o melhor europeu nos Mundiais.
"Tem sido um ano de aprendizagens e conquistas. Umas mais pensadas, outras em que investi todas as minhas capacidades. Nunca escondi o orgulho que tenho em erguer a bandeira pelos circuitos mundiais de surf e a gratidão que sinto por todo o apoio que recebo. Representar Portugal em Tóquio é uma responsabilidade que carrego com muito orgulho", assinalou 'Kikas'.
Em 2016, quando se qualificou para a primeira vez para o WCT, o português terminou o circuito de qualificação no terceiro lugar, seguindo-se o 14.º posto no circuito principal, em 2017, e a despromoção, no ano passado, com o 23.º lugar.
Nota ainda para o terceiro lugar que o surfista luso obteve no Oi Rio Pro, prova do circuito principal disputada em maio, no Brasil, e na qual Frederico Morais participou enquanto suplente.
A época competitiva de 'Kikas' ainda não terminou, uma vez que a sua presença no Billabong Pipe Masters (08 a 20 de dezembro) está confirmada pela WSL, naquela que é a última etapa do circuito principal de surf em 2019.
O português vai competir na quarta bateria da ronda inaugural frente ao sul-africano Jordy Smith e ao brasileiro Peterson Crisanto, procurando lutar por mais um título inédito para o surf nacional, a Triple Crown of Surfing.
Este campeonato é ganho pelo surfista com melhor classificação no conjunto das três provas que decorrem no Havai na reta final do ano, duas do circuito de qualificação (Hawaian Pro e Vans World Cup of Surfing) e uma do circuito mundial (Billabong Pipe Masters).
Depois de vencer em Haleiwa o Hawaian Pro, Frederico Morais foi eliminado na terceira ronda do Vans World Cup of Surfing, disputado em Sunset Beach, ocupando a segunda posição deste ranking, com 11.100 pontos, apenas atrás do australiano Ethan Ewing (13.000), à entrada para a prova de Pipeline, a última 'perna' da Triple Crown.
'Kikas' já foi o 'rookie' (estreante) do ano nesta competição em 2013 e, em 2016, alcançou o terceiro lugar do pódio. Nesse ano, o vencedor foi o bicampeão do mundo John John Florence (Havai), que terminou a Triple Crown com 17.600 pontos, enquanto Jordy Smith ficou em segundo (17.400 pontos), o português em terceiro (17.076 pontos), e Kelly Slater, o norte-americano que já venceu por 11 vezes o título mundial, em quarto (15.800 pontos).
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