O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) suspendeu preventivamente, durante um ano, os três líderes dos órgãos sociais do Técnico, indica uma notificação do organismo a que a agência Lusa teve hoje acesso.

A suspensão, “em face da participação apresentada pelo presidente da FPR, Carlos Amando da Silva”, em 25 de maio, abrange os presidentes da direção do clube, Pedro Lucas, da Mesa de Assembleia Geral, José Bento dos Santos, e do Conselho Geral, Raúl Martins.

“Em síntese, os arguidos consideram que os responsáveis da FPR e, em especial, o seu presidente, atuam de forma autoritária e despótica, sem a observação dos mais elementares princípios de ética, adjetivação que atenta contra a honra e consideração do presidente da direção e dos demais membros do mesmo órgão”, resume a nota de culpa.

O resumo da acusação refere-se a um comunicado assinado por aqueles três dirigentes do Técnico, em 21 de maio, que é reproduzido integralmente na notificação, após a qual os indiciados têm cinco dias úteis para apresentar defesa.

O comunicado do Técnico foi emitido no âmbito da desclassificação e despromoção dos ‘engenheiros’ ao terceiro escalão nacional, por alegada utilização irregular de jogadores num encontro do campeonato, frente ao CDUL.

De acordo com o CD, os dirigentes do Técnico alegam, “em síntese”, que “as regras processuais” para a aplicação do castigo ao clube “não foram observadas, com o fito de prejudicar intencionalmente o Técnico”.

“Tais afirmações, inverídicas, são feitas com o manifesto propósito de colocar em causa a regularidade da atuação dos órgãos da FPR, ofendendo a credibilidade, o prestígio e a confiança na mesma entidade. Os arguidos agiram deliberadamente, de forma livre e consciente, bem sabendo ser ilícita e proibida a sua conduta”, conclui o CD.

Nesse sentido, segundo o organismo disciplinar da FPR, praticaram as infrações previstas nos pontos n.º 1 e 2 do artigo 40.º do Regulamento de Disciplina da FPR, puníveis com 180 a 720 dias de suspensão e multa de 1.000 a 3.000 euros e com um a três anos de suspensão e multa de 2.000 a 4.000 euros, respetivamente.

A suspensão preventiva de um ano “corresponde ao limite mínimo da sanção prevista para a infração mais grave”.

Em abril, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os 'engenheiros' ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em agosto, as decisões da direção e do Conselho de Disciplina (CD) da FPR, que recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início ao campeonato, em 08 de outubro, sem a participação do Técnico.

O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.

Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).