“A fim de defender os direitos dos atletas e organizações desportivas ao livre acesso às atividades desportivas internacionais... (Vladimir Putin decidiu) adiar o evento até uma decisão especial”, comunicou o governo russo, no seu site, sem nunca ter explicado por que motivo não se realizaram.

A guerra na Ucrânia levou a que atletas russos e bielorrussos fossem banidos dos Jogos Olímpicos Paris2024 bem como de várias outras competições europeias e mundiais de muitas modalidades, facto que levou Vladimir Putin a declarar a organização dos primeiros Jogos Mundiais da Amizade, que era suposto serem realizados também a cada quatro anos.

Em outubro de 2023, o novo evento foi anunciado para decorrer entre 15 a 29 de setembro deste ano, a realizar em Moscovo e Ecaterimburgo, estando previsto juntar 30 desportos – 20 modalidades olímpicas e 10 fora do programa -, num total de 5.500 atletas, que competiriam igualmente por prémios monetários de 45 milhões de euros.

Na altura, foram justificados como a forma de garantir a “livre participação dos desportistas russos”, bem como o propósito de desenvolver “novos formatos de cooperação desportiva internacional”.

As relações entre Moscovo e muitos organismos desportivos mundiais não têm sido fáceis nos últimos anos, não apenas pela guerra, depois da invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, mas igualmente por um conjunto de escândalos, sobretudo um de doping generalizado patrocinado pelo próprio Estado.

Em Paris2024, foram autorizados a participar apenas 15 atletas russos, sob bandeira neutra, e depois de uma seleção muito rigorosa, garantindo, sobretudo, que nenhum tinha participado ou apoiado a guerra na Ucrânia.

Antes dos Jogos Olímpicos, o Comité Olímpico Internacional tinha acusado a Rússia de "politizar" o desporto, encarando a prometida organização dos Jogos da Amizade como "uma tentativa cínica" de explorar os atletas "para fins de propaganda política".