O finlandês Jari-Matti Latvala (Volkswagen) manifestou-se hoje feliz e aliviado com a vitória no Rali de Portugal, quinta prova do Campeonato do Mundo, porque lhe permitiu libertar-se do ‘peso’ causado pelo fracasso nos três eventos anteriores.
“A pressão que estava sobre os meus ombros era enorme e a confiança estava mesmo lá em baixo. Por isso, subir ao topo e ganhar foi fantástico. (...) Quero continuar assim. Quando falhamos, entramos numa onda negativa e transportamos energia negativa para tudo. Quero sair e não voltar a entrar num ciclo desses”, afirmou o finlandês, de 30 anos.
Latvala, que não ganhava uma prova desde o Rali da França de 2014, em outubro passado, conquistou em Portugal a 13.ª vitória da carreira, depois de uma luta intensa com o francês Sébastien Ogier, seu companheiro de equipa, que terminou a 8,2 segundos e consolidou a liderança do Mundial, à frente do norueguês Andreas Mikkelsen, também da Volkswagen, que foi o terceiro, a 28,6 segundos.
“As coisas correram bem, mas é verdade que ‘Seb’ sofreu muito por causa da sua posição na estrada e pilotou de forma soberba para recuperar. Hoje, optei por atacar só na especial mais longa [Vieira do Minho, 32,35 km]. (...) Sabia que estava em desvantagem em Fafe, porque ‘Seb’ fez o World Rally Sprint em 2014 e eu só fiz em 2012. Sabia que ele iria ser mais rápido e eu pensei que conseguia compensar no troço mais longo. Foi essa a tática”, relatou.
Latavla, que esta época tinha pontuado apenas em Monte Carlo, na abertura do Mundial, venceu pela primeira vez o Rali de Portugal, do qual não tinha boas recordações: “ Em Portugal tenho tido alguns acidentes, grandes acidentes... mas isso foi no sul. Aqui [no norte do país] foi como começar de novo”, afirmou.
A seu lado, Sébastien Ogier, que não conteve a sua frustração logo após a última classificativa, afirmou que “o resultado final acaba por ser uma satisfação”, porque terminou em segundo e ainda somou os três pontos da ‘power stage’. “Não foi perfeito, mas quase. Ampliei a diferença no campeonato e esse é o objetivo número um”, acrescentou o bicampeão do mundo.
“No final, ouviram de mim alguma frustração, mas falei a quente. Tenho um problema em controlar a frustração, sou assim. Sou sempre muito direto. No final, disse que hoje não ganhou o melhor, mas tenho de dizer que Jari-Matti não tem culpa do facto de eu abrir a estrada. São os regulamentos. Ele fez o que tinha de fazer e fê-lo bem. Tenho de felicitá-lo”, sublinhou.
A correr pela primeira vez com a evolução mais recente do Polo-R, igual aos de Ogier e Latvala, o norueguês Andreas Mikkelsen disse que foi fantástico começar com a vitória na superespecial, na quinta-feira, mas reconheceu que as segundas passagens nos troços de sexta-feira não correram bem. “Tenho de aprender a lidar com essa mudança”, confessou.
“O terceiro lugar é melhor do que esperava. Portugal nunca foi o meu forte. Fizemos um grande trabalho, estou orgulhoso pela equipa. Depois do fracasso na Argentina, aparecemos muito bem. Hoje, como o objetivo principal é o campeonato do mundo, tentei sobretudo evitar cometer erros”, acrescentou o nórdico, antes de descrever a sua sensação sobre o espetacular salto do troço de Fafe: “Quando estamos no ar é que percebemos que é mesmo grande. Depois, apertamos o rabo e esperamos que o carro caia”.
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