Os deputados da oposição das câmaras de Loulé e Faro criticam a falta de atuação e empenho dos executivos municipais, que consideram ter culminado na deslocação do Rali de Portugal do Algarve para o norte do país em 2014.
Em comunicado, os vereadores do PSD da Câmara de Loulé acusam o presidente daquele município de “ausência e pela falta de estratégia” perante a organização da prova e durante o Rali de 2014, tendo por essa via originado um prejuízo na ordem dos 100 milhões de euros para a região, estimados por um estudo da Universidade do Algarve.
Também os vereadores socialistas da Câmara de Faro lamentaram, em comunicado, que nem o presidente da câmara, nem a Associação de Municípios Faro-Loulé, responsável pela gestão do Estádio Algarve, espaço anfitrião da prova, tivessem apresentado candidatura ao evento nem reuniram com a organização da prova para garantir a continuidade na região.
Questionado pela agência Lusa sobre as críticas da vereação socialista, o presidente da Câmara de Faro optou por não reagir ao comunicado.
Os deputados do PSD de Loulé dizem que os dados do impacto económico da prova na região aguçaram a vontade de outras regiões de acolherem o Rali de Portugal e que cabia aos principais parceiros públicos, entre eles a Câmara de Loulé, e privados “tudo fazer para contrariar essas tentativas”.
O executivo municipal de Loulé reagiu às críticas da oposição que considera serem uma distorção de factos.
“É naturalmente também uma perda para o nosso concelho que viu reconhecido, pelo presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, o empenho e apoio dispensados na última edição, a ponto de ter referido que foi a melhor e a mais qualificada colaboração de sempre”, lê-se no comunicado divulgado hoje pelo executivo louletano.
Sublinhando que os argumentos do ACP para a ida do Rali para o norte têm origem numa exigência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) que quer mais público durante a prova, o executivo louletano garantiu que vai empenhar esforços para que a prova regresse ao Algarve em 2016 e para que outras provas do ACP possam realizar-se a sul.
Totalmente disputado acima do Rio Douro e tendo como base a Exponor, em Matosinhos, o Rali de Portugal de 2015 terá o apoio das câmaras municipais de Amarante, Baião, Caminha, Fafe, Guimarães, Lousada, Matosinhos, Mondim de Basto, Ponte de Lima, Valongo, Viana do Castelo e Vieira do Minho.
Foi já com a prova a realizar-se no Algarve, em 2007, que o Rali de Portugal reintegrou o calendário do WRC, tendo desde então apenas saído do elenco de provas do campeonato do Mundo em 2009, devido a uma rotação de países promovida pela FIA.
Entre 2010 e 2014, regressou ao calendário do Mundial e manteve o Algarve como ponto central, mas, na penúltima edição, o ACP admitiu a possibilidade de o norte do país voltar a acolher a competição.
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