A nadadora Angélica André quer acabar a prova de águas abertas de Paris2024 no top 10 e melhorar a 17.ª posição conseguida na estreia em Jogos Olímpicos, em Tóquio2020, em linha com os seus recentes desempenhos internacionais.
“Eu gostava muito de ficar no top 10, até porque tem sido mais ou menos isso que tenho conseguido fazer sempre nas últimas competições. Claro que, por vezes, fico em lugares mais acima ou abaixo, mas seria por aí. A diferença entre o pódio e o top 10 consiste em estar um pouco mais à frente durante a prova e, depois, não perder o lugar até ao toque [de chegada]”, observou a atleta do FC Porto, de 29 anos, em entrevista à agência Lusa.
Angélica André qualificou-se pela segunda vez consecutiva para os Jogos Olímpicos em fevereiro, quando conquistou o bronze nos 10 quilómetros de águas abertas nos Mundiais aquáticos, em Doha, no Qatar, na primeira medalha de sempre de Portugal na disciplina.
A nadadora matosinhense terminou a prova em 1:57.28,20 horas, atrás da vencedora, a neerlandesa Sharon van Rouwendaal, com 1:57.26,80, e da espanhola Maria de Valdés, com 1:57.26,90, segunda classificada, melhorando o 15.º lugar obtido em Fukuoka2023.
“Costumo dizer que espero estar sempre melhor do que na época anterior e tem vindo a ser sempre assim. Quando vim para o FC Porto [em outubro de 2021], fiquei em terceira no Campeonato da Europa [em Roma2022] logo na primeira época. No ano passado, fui quarta no Mundial [no evento de cinco quilómetros em Fukuoka2023]. Agora, no terceiro ano, qualifiquei-me para Paris2024. Tenho sido cada vez melhor a cada época”, ilustrou.
Nos derradeiros Jogos Olímpicos, que foram disputados em 2021, devido à pandemia de covid-19, Angélica André estreou-se no 17.º lugar, entre 25 participantes, com 2:04.40,7 horas, a 5.09 minutos da brasileira Ana Marcela Cunha, vencedora, para igualar o melhor registo nacional da história em águas abertas, fixado por Daniela Inácio em Pequim2008.
“Fui a Tóquio2020, mas, se calhar, estes vão ser os verdadeiros Jogos. Encarámos uma pandemia e [o Japão] estava absolutamente deserto, mas Paris vai estar completamente cheia e, nesse aspeto, será uma coisa diferente. Quando vamos para os primeiros Jogos, não sabemos como é essa realidade e estar no topo dos palcos é uma emoção bastante grande. Agora, ir uma segunda vez já é diferente. Ainda por cima, temos mais provas em cima e levamos outra experiência competitiva. Acho que será bom a esse nível”, avaliou.
A maratona feminina de águas abertas está prevista para 08 de agosto, um dia antes da prova masculina, ambos no rio Sena, cuja poluição tem levantado preocupações sobre o impacto na saúde dos atletas e motivou a organização a acautelar o Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, que acolherá os eventos de canoagem e remo, como local alternativo.
“Não me preocupa muito, pois tenho a certeza de que já nadei em sítios iguais ou piores. Agora, se quiseram que a prova acontecesse lá, é porque há condições”, atirou Angélica André, notando ter assistido em agosto de 2023 ao cancelamento da Taça do Mundo de Paris, evento-teste para os Jogos Olímpicos, devido à má qualidade das águas do Sena.
Nas semanas anteriores a Paris2024, que decorre de 26 de julho a 11 de agosto, a atleta foi campeã nacional absoluta de seniores, terminou em nono a Taça do Mundo em Golfo Aranci, Itália, e consumou a prata na etapa espanhola da Taça da Europa, em Barcelona.
“Treino maioritariamente em piscina. Há maior controlo sobre o ritmo e é mais importante ter essa perceção para poder competir com as melhores. Tenho preferência por água fria e ondulação, mas um nadador de áreas abertas tem de se adaptar a tudo e isso acabará por ser indiferente, pois já me consigo adaptar bem a todo o tipo de condições”, garantiu.
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