O ‘capitão’ da seleção portuguesa de râguebi, Tomás Appleton, reconheceu hoje o “orgulho enorme” da condecoração do Presidente da República à Federação Portuguesa de Râguebi e acredita que “a profissionalização é o caminho para competir com os melhores”.

“Ao fim de tantos anos de trabalho, de um projeto tão longo e de uma campanha tão boa, sermos reconhecidos da maneira mais importante que há no nosso país é um orgulho, sem dúvida”, confessou o ‘capitão’ dos ‘lobos’.

FOTOS: Presidente da República recebe seleção portuguesa de râguebi

A Federação Portuguesa de Râguebi foi condecorada hoje como membro da instrução pública por Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, após conquistar a primeira vitória de uma equipa portuguesa num Campeonato do Mundo, em França, onde bateu na fase de grupos as Ilhas Fiji, por 24-23, mas Appleton lembra o estatuto amador de grande parte dos atletas portugueses.

“A grande maioria desta equipa é amadora, os jogadores têm outras profissões, mas, se queremos continuar a competir contra os melhores do mundo e a subir nestes palcos, o caminho é profissionalização. Não estamos a falar de uma profissionalização da seleção, mas a nível de clubes, porque, se não alargarmos a base e a base não for sólida, vai ser impossível, mesmo já na Austrália em 2027. Acho que o caminho vai ser esse”, justificou.

Apesar de reconhecer que a participação histórica dos ‘lobos’ no Mundial “era o clique” necessário, e de acreditar num “’boom’ grande agora em Portugal, onde muitos miúdos vão começar a jogar râguebi”, o atleta lembra que “é um processo longo e que vai demorar a colher frutos”.

“Mas, a verdade é que o apoio pode começar já e esse crescimento tem de arrancar também já”, acrescentou Appleton, defendendo a criação de “um campeonato profissional, jogadores profissionais, com contratos profissionais e dedicação exclusiva ao râguebi” para o panorama mudar.

Infraestruturas que possam contribuir para a melhoria da performance dos jogadores, condições de treino, de jogo e estádios são, segundo Tomás Appleton, também fundamentais para a evolução da modalidade em Portugal.

Em França, Portugal somou o primeiro triunfo em Mundiais, face às Ilhas Fiji (24-23), depois do primeiro empate, frente à Geórgia (18-18), tendo perdido com País de Gales (8-28) e Austrália (14-34), para terminar no quarto lugar do Grupo C, que qualificou para os ‘quartos’ os galeses e as Fiji.